O CineSesc 2025 traz ao público um vasto acervo cinematográfico com 48 títulos licenciados, incluindo 44 longas-metragens nacionais e internacionais, além de uma seleção especial de curtas. As exibições, gratuitas, ocorrem nas unidades do Sesc em diferentes estados e seguem até novembro. O projeto aposta na valorização da experiência coletiva do cinema, incentivando a reaproximação do público com as salas de exibição.
A programação contempla tanto produções contemporâneas quanto clássicos do cinema brasileiro e mundial, incluindo obras africanas, asiáticas e europeias premiadas. Entre os destaques, está a exibição de A Hora da Estrela (1985), dirigido por Suzana Amaral e estrelado por Marcélia Cartaxo, em cópia restaurada e em 4K. O filme terá 44 sessões ao longo de março, em celebração ao Dia Internacional da Mulher, em sete estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Pernambuco, Alagoas, Acre e Tocantins.
Um olhar para a diversidade e a memória do cinema
Nesta edição, o CineSesc estruturou sua programação em diferentes panoramas temáticos, abordando questões como longevidade, diversidade, produções infantojuvenis, documentários e biografias de figuras icônicas da cultura brasileira. No Panorama Nacional, o destaque vai para produções que resgatam a riqueza do cinema brasileiro. Além de A Hora da Estrela, figura no catálogo Estranho Caminho (2023), de Guto Parente, premiado internacionalmente.
Já o Panorama Internacional traz um recorte da diversidade global do cinema. Entre os títulos selecionados está Mami Wata (2022), filme nigeriano que explora a mitologia africana e recebeu o Prêmio Especial do Júri de Melhor Fotografia no Festival de Sundance. O catálogo também inclui três obras do renomado cineasta senegalês Djibril Diop Mambéty: O Franco (1994), Hienas (1994) e A Pequena Vendedora de Sol (1999). Representando o cinema asiático, o CineSesc exibe Monster (2023), do japonês Hirokazu Kore-eda, premiado em Cannes.
O cinema para todas as idades
A programação infantojuvenil inclui 11 filmes, com destaque para a animação Meu Amigo Robô, indicada ao Oscar 2024, e o brasileiro Princesa Adormecida, estrelado por Maísa Silva. Essas produções trazem narrativas envolventes que dialogam com o imaginário das novas gerações.
Já o Panorama Longevidade amplia o debate sobre a experiência da vida 60+ com títulos como Tia Virgínia (2023), estrelado por Vera Holtz e premiado no Festival de Gramado, e Um Dia com Jerusa (2021), protagonizado por Léa Garcia.
Homenagem a André Novais e resgate da memória cultural
O CineSesc 2025 inaugura a Retrospectiva Brasil, que destaca cineastas nacionais de grande relevância. O homenageado deste ano é André Novais, cineasta mineiro reconhecido por retratar afetos cotidianos e trazer sua cidade natal, Contagem (MG), como cenário de suas produções. Sete de seus filmes integram a programação, incluindo quatro curtas e três longas. “André Novais é um artista cuja trajetória pode inspirar outros realizadores a entenderem a força das periferias como territórios criativos”, afirma Janaina Cunha, Diretora de Programas Sociais do Departamento Nacional do Sesc.
Além disso, o CineSesc 2025 resgata histórias marcantes da cultura brasileira. O documentário Black Rio! Black Power! (2023), de Emílio Domingos, revisita a cena dos bailes Soul no Rio de Janeiro, enquanto Meu Sangue Ferve Por Você (2023) mergulha na trajetória de Sidney Magal, celebrando a força da música popular.
Uma experiência cinematográfica essencial
Mais do que exibir grandes filmes, o CineSesc 2025 reforça o cinema como espaço de encontro e reflexão. “Além de oferecer acesso a produções de qualidade, buscamos incentivar a reconexão do público com as salas de cinema, um hábito que foi reduzido após a pandemia e ainda não se recuperou plenamente”, destaca Janaina Cunha. Com uma programação plural e acessível, o projeto se consolida como um dos grandes promotores da cultura cinematográfica no Brasil.