O Museu de Arte de São Paulo (MASP) está em seus últimos dias para apresentar a exposição Serigrafistas Queer: liberdade para as sensibilidades, que segue até 16 de março de 2025. Esta mostra marca a primeira retrospectiva monográfica do coletivo argentino Serigrafistas Queer, fundado em 2007, durante uma oficina de serigrafia voltada a ativistas que se preparavam para o Orgulho LGBTQIA+ em Buenos Aires. A proposta do coletivo é, desde então, interligar arte e ativismo, com a serigrafia como uma ferramenta de resistência e expressão política.
A exposição reúne 56 obras do acervo do MASP, além de trabalhos inéditos criados especialmente para o evento. Um aspecto marcante da mostra são as oficinas gratuitas realizadas diretamente no espaço expositivo, que foram iniciadas em janeiro e continuam até o final da exposição. Essas atividades ampliam o alcance do projeto e convidam o público a interagir com as práticas artísticas que têm suas raízes no ativismo de rua e nos movimentos sociais.
Com curadoria de Amanda Carneiro, a exposição traz à tona discussões sobre direitos reprodutivos, autonomia sobre o corpo e a resposta política à crise do HIV, entre outras questões centrais na trajetória das Serigrafistas Queer. “As serigrafias do coletivo são criadas em contextos de ativismo de rua, protestos e oficinas comunitárias, tornando a documentação e preservação dessas obras um ato de resistência por si só”, explica Carneiro. A curadora também ressalta como a exposição questiona as barreiras entre arte e ativismo, espaço público e privado, e os papéis do artista e do espectador.
Dividida em sete núcleos temáticos, a mostra explora os diversos eixos de atuação do coletivo. Um dos núcleos mais impactantes é Liberdade para as sensibilidades, nomeado a partir da obra homônima de Mariela Cantú, criada em 2018. Essa obra reflete o engajamento político do grupo e a experiência das identidades queer. Outro núcleo importante é Corpos desobedientes (2015), que aborda a campanha na Argentina pela Lei de Identidade de Gênero e a luta das pessoas trans pelo reconhecimento de sua identidade sem a necessidade de diagnóstico médico.
A mostra também celebra figuras chave do movimento, como a obra O machismo mata! (2015), que ressoa a urgência e a violência contra as mulheres no contexto do movimento Ni una menos, e Aborto legal é vida (2017), que foi produzida durante a manifestação pela aprovação da lei que legalizou o aborto na Argentina.
Outro ponto de destaque é a seção Arquivo Serigrafistas Kuir (ASK), que reúne matrizes de serigrafia, camisetas e bandeiras, e celebra a memória do coletivo, além de recordar figuras como Marielle Franco, cujo legado é fundamental para as lutas políticas e sociais contemporâneas.
Além das obras expostas, o MASP também lançou um catálogo bilíngue da exposição, que inclui imagens e ensaios sobre a importância do trabalho das Serigrafistas Queer. O catálogo foi produzido com design do Estúdio Margem e inclui uma serigrafia original na capa, uma homenagem à prática que permeia toda a obra do coletivo.









Acessibilidade:
O MASP oferece recursos de acessibilidade em suas exposições, com visitas em Libras, textos em fonte ampliada e audiovisuais em linguagem fácil.
Catálogo e Produtos: O catálogo bilíngue da exposição está disponível na loja do MASP, junto a produtos exclusivos inspirados no trabalho das Serigrafistas Queer, como bolsas, ímãs e postais.
Serigrafistas Queer: liberdade para as sensibilidades
Curadoria de Amanda Carneiro, curadora, MASP
1° subsolo
Visitação: 13.12.2024 — 16.3.2025
MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista
01310-200 São Paulo, SP
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta e quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h); sexta das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30); sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas.
Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos
Ingressos: R$ 75 (entrada); R$ 37 (meia-entrada)
Programação de oficinas gratuitas
15.12, Domingo, 10h30 às 12h30 – Oficina Konstrucqueer com Serigrafistas Queer
14.1, Terça-feira, 18h às 20h – Parquinho Gráfico
21.1, Terça-feira, 18h às 20h – Parquinho Gráfico
28.1, Terça-feira, 18h às 20h – Parquinho Gráfico
8.2, Sábado, 10h30 às 12h30 – RUTRAS & Coletivo Tem Sentimento
11.2, Terça-feira, 18h às 20h – Parquinho Gráfico
22.2, Sábado, 10h30 às 12h30 – JAMAC
25.2, Terça-feira, 18h às 20h – Parquinho Gráfico
15.3, Sábado, 10h30 às 12h30 – Artes Sapas
16.3, Domingo, 10h30 às 12h30 – Fudida Silk
Inscrições on-line: Link