Na véspera da estreia oficial de Homem com H, o Canal Brasil apresenta uma entrevista exclusiva com Jesuíta Barbosa direto dos bastidores do longa. A exibição acontece nesta quarta-feira, 30 de abril, às 19h30, no Cinejornal. Gravada na Praia do Arpoador, no Rio de Janeiro, a conversa com a apresentadora Simone Zuccolotto antecipa os bastidores emocionais e criativos do projeto que leva às telas a trajetória de um dos maiores nomes da cultura brasileira: Ney Matogrosso.
Sob direção e roteiro de Esmir Filho (Os Famosos e os Duendes da Morte), o longa estreia oficialmente no dia 1º de maio, com sessões antecipadas em diversas salas do país já no dia 30. A produção é assinada pela Paris Entretenimento e chega aos cinemas com distribuição da Paris Filmes.
A ousadia de ser Ney


Encarnar Ney Matogrosso não é tarefa simples, e Jesuíta Barbosa mergulha nesse desafio com uma entrega física e emocional impressionante. Na entrevista ao Cinejornal, o ator revela que interpretar o artista em diferentes fases de sua vida exigiu uma imersão intensa em décadas de transformação estética, política e pessoal. “É uma intensidade perceber o filme acontecendo durante décadas… A mim ficou esse desafio de permear por esses anos todos”, comenta. Ele destaca ainda a ética e a integridade de Ney como artista: “Ele não faz nada que não quer. Tudo é muito minucioso.”
Além de Jesuíta, o elenco conta com Jullio Reis no papel de Cazuza e Bruno Montaleone interpretando Marco de Maria, companheiro de Ney por 13 anos. Ambos também participam da entrevista, revelando detalhes da construção dos personagens e da convivência nos bastidores.
Ney no cinema: liberdade como motor criativo
Para Esmir Filho, a cinebiografia era um sonho antigo. “Se tivesse um artista brasileiro que eu gostaria de retratar seria o Ney Matogrosso”, confessa. O diretor optou por um recorte emocional da vida de Ney, destacando momentos que definem sua busca incessante por liberdade. “O Ney representa essa pulsão no corpo que ousa existir, que ousa contestar qualquer autoridade que queira reprimi-lo.”
A abordagem do filme vai além da simples cronologia. Em vez de seguir um roteiro linear, Homem com H constrói uma narrativa que atravessa a sensibilidade do artista. Do embate com a repressão paterna na infância até as performances teatrais e revolucionárias no palco, Ney é retratado como um corpo em constante movimento e resistência.
Trilha sonora de uma revolução
A música é uma das protagonistas da cinebiografia. Canções emblemáticas como Rosa de Hiroshima, Sangue Latino, O Vira, Bandido Corazón, Postal de Amor e, claro, Homem com H, marcam a jornada de Ney ao longo do filme. As performances são reconstruídas com esmero, em cenas que prometem emocionar quem acompanhou de perto a carreira do cantor e fascinar quem ainda está por descobrir a potência de sua arte.
Homem com H não é apenas uma homenagem; é um manifesto sobre identidade, desejo e resistência de tudo aquilo que Ney Matogrosso representa. E ver esse universo traduzido no cinema nacional, com talento, respeito e ousadia, é um presente para os fãs da cultura brasileira.