Depois de enfrentar a máfia japonesa no último capítulo, Força Bruta: Punição chega com tudo aos cinemas brasileiros. Quarto e mais ambicioso filme da maior franquia de ação da Coreia do Sul, o novo longa mantém a fórmula de sucesso que conquistou o mundo. Distribuído pela Sato Company, que já trouxe o título anterior, a produção entrega porradaria, intrigas internacionais e até uma pitada de crítica social. Tudo isso com Ma Dong-seok (ou Don Lee), que volta a brilhar como o detetive mais carismático do cinema coreano.
Diferente dos filmes anteriores, onde a ação ficava toda na Coreia do Sul, Força Bruta: Punição leva o combate até as Filipinas. E o vilão da vez é o ex-soldado Baek Chang-gi (Kim Mu-yeol), que comanda uma rede de apostas ilegais e não tem dó de ninguém.
Logo no começo, vemos um de seus funcionários tentando fugir da organização e sendo brutalmente assassinado, deixando claro que esse é o vilão mais perigoso da franquia até agora.
Como a vítima era sul-coreana, o corpo é enviado de volta para a Coreia do Sul, e o caso acaba nas mãos de Ma Seok-do, agora trabalhando com a equipe de crimes cibernéticos. O detetive fica profundamente tocado quando a mãe do jovem morre após ver o corpo do filho e deixa uma carta pedindo justiça.
Do crime local ao crime digital

A investigação revela algo muito maior: uma rede de apostas virtuais que se estende por dois países e envolve lavagem de dinheiro, criptomoedas e corrupção política. Com isso, Ma precisa unir forças com o velho parceiro Jang I-su (Park Ji-hwan) e contar com o apoio das equipes Metro e Cyber para derrubar um império do crime tecnológico.
O roteiro se inspira em casos reais de 2015 na Tailândia, quando programadores coreanos foram obrigados a trabalhar sob ameaça em cassinos ilegais. Aqui, o programador assassinado estava nas Filipinas, mas a inspiração não só é clara, como é citada no final do filme.
Diferente do filme anterior, agora são duas frentes de batalha: uma na Coreia do Sul e outra nas Filipinas. Tudo isso enquanto um novo cassino online entra no radar da polícia e atrai a atenção de Baek Chang-gi.
Mais do que ação, o filme coloca Ma Dong-seok como símbolo de uma justiça incorruptível, enquanto Baek representa o lucro a qualquer preço. E o embate final, dentro de um avião em pleno voo, é um verdadeiro espetáculo de força bruta, com lutas intensas que misturam boxe e artes marciais militares.
Ação sem pausa, mas com menos humor

Com direção de Heo Myeong-haeng, conhecido por coordenar cenas de ação, o filme marca a saída de Lee Sang-yong, diretor dos dois capítulos anteriores. O novo tom é mais sério, com menos piadas e mais foco na ação pesada.
Força Bruta: Punição mantém as altas bilheterias e entrega um bom filme de ação, mas confesso que gostei mais de Força Bruta: Sem Saída. O motivo? O filme anterior tinha um elenco de apoio mais envolvente, que fazia a gente torcer por todos, algo que se perde um pouco aqui.
Filipinas em destaque, mas sem profundidade

Ver as Filipinas sob o olhar coreano é interessante e os cenários trazem um toque diferente para a franquia. Os becos apertados e a ambientação funcionam bem, mas faltou explorar mais a cultura local. Ainda assim, a parceria entre os dois países se reflete nos personagens e isso é um ponto positivo.
Ma Dong-seok segue como o coração da saga. Seu estilo excêntrico, força absurda e senso de justiça continuam sendo o charme da franquia. Já o vilão Baek Chang-gi é um oponente de peso, frio e sem escrúpulos.
A surpresa fica por conta de Park Ji-hwan, que rouba a cena com um personagem que traz leveza e humor ao filme. Ele ajuda a polícia a criar um cassino falso nas Filipinas e, no final, é preso por usar uma identidade falsa dada pelo próprio Ma. Um desfecho hilário que fecha o arco com um toque cômico e carismático.
Além do filme




O que torna “Força Bruta: Sem Saída” interessante é a evolução da franquia desde Cidade do Crime. No primeiro filme, o foco era uma guerra de gangues no bairro de Chinatown, em Seul, baseada em eventos reais. Já a sequência, Força Bruta (2022), levou Ma Seok-do ao Vietnã para investigar uma série de assassinatos brutais, confrontando um serial killer. Agora, na terceira parte, a história se expande ainda mais, com a presença da Yakuza e um esquema de tráfico de drogas em larga escala.
Esse crescimento é refletido tanto no personagem Ma Seok-do quanto nos coadjuvantes que movem a franquia. Com cada novo caso, o personagem mostra que os limites podem ser superados, e a trama sempre vai além das fronteiras da Coreia do Sul.
Se você é fã de ação desenfreada e tramas policiais bem construídas, este filme vale o ingresso e vai te deixar curioso para conhecer mais sobre a saga de Ma Seok-do.
Com o novo filme, agora temos no Brasil todos filmes do detetive Ma Seok-do e esperamos que saia logo uma nova aventura lá na Coreia do Sul e que também chegue logo por aqui.
Trailer

Nota: 4 (de 5)
Força Bruta: Punição
Duração: 104 min
País: Coreia do Sul
Direção: Heo Myeong-haeng
Elenco: Ma Dong-seok, Kim Mu-yeol, Lee Dong-hwi, Park Ji-hwan, Lee Joon-hyuk
Distribuição no Brasil: SATO Company
Estreia: 10 de abril de 2024
Classificação Indicativa: 16 anos
Agradecemos a Sato Company pelo convite a cabine de imprensa