Shin Chan foi um personagem muito conhecido nos anos 2000, quando suas aventuras foram exibidas na Fox Kids, com um humor peculiar que conquistou muitos fãs. Famoso pela irreverente “dança da bundinha”, o personagem retorna com “Shin chan: Shiro and the Coal Town”, um jogo que evoca a nostálgica sensação das férias escolares.
Trazendo toda a leveza do cotidiano clássico japonês, “Shin chan: Shiro and the Coal Town” é o tipo de jogo que desacelera o ritmo do dia a dia e oferece um momento para relaxar. Ele te transporta para o interior do Japão e desperta uma nostalgia que, mesmo para aqueles que não viveram essa época, ainda é sentida.
Se você gostou de “Shin-chan: Me and the Professor on Summer Vacation”, já sabe o que esperar. O novo jogo mantém a essência do universo de Crayon Shin-chan, com influências “zen” da série “Boku no Natsuyasumi”.
Ambientado na cidade rural de Akita, o jogo abraça o estilo da era Showa (1926 – 1989), remetendo a uma época sem internet e sem as pressões da modernidade. O cenário acolhedor faz você se sentir em uma cápsula do tempo, onde atividades simples como pescar, caçar insetos, plantar e ajudar na cozinha são as principais tarefas. É um jogo fora da curva no mundo acelerado em que vivemos, pois não há pressa nem pressão.
Claro que “Shin chan: Shiro and the Coal Town” é bem japonês em sua essência, o que pode não agradar a todos os públicos, mas é perfeito para quem aprecia a cultura japonesa.
Quem é Shin Chan?
Conhecido no Japão como “Crayon Shin-chan”, a série é um clássico entre os fãs de anime, conhecida por seus frequentes crossovers com outras franquias. Criado por Yoshito Usui, o mangá narra as aventuras do pequeno Shinnosuke Nohara, um garoto de cinco anos que vive aprontando na cidade de Kasukabe, Saitama. O mangá foi lançado em 1990, e o anime estreou em 1992 na TV Asahi. Com mais de 2.000 episódios, “Shin-chan” está entre os animes mais longos da TV japonesa, junto a “Doraemon”, “Sazae-san” e “One Piece”.
Embora muitos pais japoneses considerem Shin-chan um “mau exemplo”, quem acompanha sabe que o humor do personagem explora como as crianças podem ser desafiadoras e fofas ao mesmo tempo. No Brasil, ele estreou na Fox Kids em 2003, com algumas adaptações feitas por empresas americanas para suavizar as travessuras do personagem. Ainda assim, algumas reclamações de pais brasileiros surgiram.
A história de “Shin chan: Shiro and the Coal Town”
Vivendo o dia a dia em Akita, Shin-chan passeia pela cidade, pesca com o avô e faz amizades. No melhor estilo Pokémon, ele recebe um caderno para registrar todos os insetos que captura.
Além de diversas atividades ao longo do dia, o jogo permite que Shin-chan explore a cidade durante a noite, conhecendo melhor a região e abrindo portas para o enredo principal.
Shiro, o cachorro da família Nohara, foge após se sujar, levando Shin-chan a um estranho vagão que o transporta para a misteriosa Coal Town. Nesse momento, o jogador sente a transição entre o real e o fantástico. Coal Town é um lugar muito maior do que a cidade onde Shin-chan estava, com arquitetura amontoada e cheia de ladeiras que conferem um tom de fantasia ao jogo. Lá, Shin-chan encontra novos personagens e missões, enfrentando desafios para voltar para casa.
Vale destacar que esse é apenas o início da trama. Um vilão chamado Mr. Discardson controla Coal Town, e parece que Shin-chan poderá mudar essa situação. Mr. Discardson e seu exército de homens controlam as principais entradas da cidade, sugerindo que haverá um confronto entre o garoto destrambelhado e o vilão.
Opinião
“Shin chan: Shiro and the Coal Town” já indicava sua leveza nos trailers, mas ao jogar e, em poucos minutos, presenciar uma abertura digna de filme, fica claro o quanto o jogo captura a grandiosidade do personagem e sua conexão com os fãs da animação original.
Com uma jogabilidade fluida e agradável, o jogo conquista rapidamente. A comédia peculiar do Shin-chan, combinada com o clima relaxante, é uma excelente pedida para quem quer escapar da correria da vida adulta. Não espere profundidade nas mecânicas, pois o objetivo não é desafiar, mas apenas curtir. O controle é simples, mas proporciona uma interação bem interessante do personagem.
No entanto, a ausência de legendas em português pode prejudicar a experiência de quem não domina o inglês ou o espanhol. Isso é particularmente sentido, já que o humor do personagem se destaca muito mais em nosso idioma. Por outro lado, quem assistiu ao anime em japonês poderá se sentir nostálgico, pois todas as vozes originais estão presentes.
Um detalhe engraçado é que, para correr, Shin-chan faz a famosa “dança da bundinha”. Não se surpreenda ao vê-lo correndo com o “bumbum de fora”, quando precisar acelerar o personagem.
O jogo oferece uma trama com muitas camadas e conexões interessantes entre as duas cidades, além de uma história maior que une os personagens e as locações.
Joguei “Shin chan: Shiro and the Coal Town” no Steam Deck, e ele funciona muito bem em formato portátil, sendo uma excelente escolha tanto nele quanto no Nintendo Switch. A versão para PC permite uma personalização ampla dos controles, facilitando a troca entre comandos de Nintendo Switch, PlayStation ou Xbox.
A trilha sonora é simples, focada em sons da natureza, como o canto de insetos e o fluxo de água, reforçando a sensação de relaxamento.
Com uma narrativa cheia de surpresas e personagens cativantes, “Shiro and the Coal Town” entrega uma experiência tranquila e zen. O jogo oferece uma boa história, personagens de apoio carismáticos e diálogos calorosos entre os membros da família Nohara.
“Shin chan: Shiro and the Coal Town” pode não ser para todos, mas é ideal para quem quer desacelerar e curtir um jogo sem pressa, evocando memórias da infância. É ótimo ver Shin-chan de volta, e é bom saber que ele está em boas mãos.
NOTA: 4,5 de 5
Shin chan: Shiro and the Coal Town
Gêneros: Aventura, Casual, Simulação
Desenvolvedor: h.a.n.d., Inc.
Distribuidora: Neos Corporation
Data de lançamento: 23 de outubro de 2024
Plataformas: PC e Nintendo Switch
Agradecemos a assessoria da Neos Corporation no Brasil por ter nos enviado uma cópia do jogo para a produção desta matéria.
