Deathbound | A capoeira entra no mundo do soulslike em produção nacional para Xbox

A capoeira, uma expressão cultural rica e dinâmica, encontrou um novo lar no mundo dos videogames com Deathbound, um jogo desenvolvido pelo estúdio brasileiro Trialforge Studio. O game não apenas incorpora a ginga dessa arte marcial, mas também a transforma em um elemento central dentro do universo desafiador dos jogos “Soulslike”.

Mamdile Ogaté: O Capoeirista em Um Mundo de Souls

Em Deathbound, os jogadores têm a oportunidade de alternar entre quatro personagens durante a jogatina, cada um associado a um dos botões direcionais do controle. Dentre os sete personagens disponíveis, destaca-se Mamdile Ogaté, o lutador de capoeira. Na narrativa, ele é conhecido como “dança da morte”, uma interpretação que reimagina a capoeira como uma prática monástica.

O diretor e game designer Ítalo Nievinski explica que a capoeira em Deathbound não se assemelha àquela que conhecemos. “Ela surge como uma cultura monástica, onde Mamdile é uma espécie de Monge Shaolin, com a luta sendo a Capoeira.” Essa abordagem única se baseia nas raízes africanas da capoeira, colocando Mamdile como campeão da fictícia Ordem Sinjwari da nação de Sayabakn, que é inspirada no Império Mali e na figura histórica de Mansa Musa.

A Mecânica do Combate e a Ginga Brasileira

Desenvolvido desde 2017, Deathbound incorporou a capoeira de maneira inesperada. A ideia surgiu quando um dos programadores encontrou um pacote de animações de capoeira e decidiu experimentar. No entanto, a equipe logo percebeu que a capoeira de Tekken não se encaixava na dinâmica de um “Soulslike”. Nievinski destaca que a abordagem de Eddy Gordo, que foca em combos rápidos, não era adequada para o estilo de combate do jogo.

Para equilibrar a essência da capoeira com as exigências de um jogo “Soulslike”, os desenvolvedores adaptaram os movimentos de Mamdile, garantindo que seus ataques fossem tanto fiéis à arte marcial quanto eficazes em combate. O personagem possui dois ataques principais — rápido e pesado — além de um golpe especial para derrubar inimigos. Essa adaptação mantém a autenticidade dos movimentos da capoeira, resultando em uma jogabilidade envolvente e fluida.

Desafios de Desenvolvimento e Feedback dos Jogadores

Criar Mamdile foi um dos maiores desafios para a equipe, que queria garantir que ele fosse divertido de jogar. Nievinski admite que houve preocupação em criar um personagem que pudesse ser visualmente impressionante, mas difícil de controlar. No entanto, o feedback positivo dos jogadores confirmou que o time havia acertado na combinação entre estética e jogabilidade.

Mamdile rapidamente se tornou um dos personagens mais populares entre os jogadores, especialmente no Brasil, onde a capoeira tem uma forte conexão cultural. Esse destaque levou a equipe a considerar desbloquear o personagem mais cedo no jogo, mas a decisão final foi mantê-lo disponível apenas na metade da aventura, para garantir o equilíbrio na progressão da narrativa.

Uma Experiência Única em um Mundo “Soulslike”

Deathbound oferece aos jogadores uma experiência inovadora, misturando a complexidade dos jogos “Soulslike” com a fluidez e ritmo da capoeira. O jogo já está disponível para Xbox Series X|S, e com a promessa de uma expansão a caminho, é uma oportunidade perfeita para explorar uma das jogabilidades mais criativas do gênero e se deixar levar pela ginga do capoeirista Mamdile. Prepare-se para enfrentar monstros com estilo e ritmo!

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Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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