terça-feira, novembro 5, 2024
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Crítica | Florence Pugh e Andrew Garfield brilham em uma jornada de amor e perdas em “Todo Tempo Que Temos”

Depois que não estivermos mais aqui, qual será o legado que deixamos? Que histórias deixarão para nossos familiares e amigos? Como seremos lembrados? Essas são as questões que “Todo Tempo Que Temos” explora, em um romance com toques de comédia, que tenta responder a essas perguntas.

Com Florence Pugh e Andrew Garfield nos papéis principais, interpretando o melhor casal que você verá nas telas por um bom tempo, o filme, dirigido por John Crowley, conduz o público por uma jornada não linear, por meio de lembranças de uma história de amor genuinamente feliz.

Embora a trama do filme esteja bem definida, a força narrativa e a profundidade dos personagens tornam “Todo Tempo Que Temos” uma experiência envolvente, onde você só precisa deixar a história se desenrolar na tela.

Mas qual é a história?

Aqui temos Tobias (Andrew Garfield), um homem recém-divorciado que, ao tentar comprar uma caneta para assinar os papéis do divórcio, acaba atropelado pela chef de cozinha Almut (Florence Pugh).

Após alguns dias no hospital, Tobias é convidado por Almut para conhecer o restaurante dela — um pedido de desculpas pelo acidente. Logo, Almut descobre que Tobias está solteiro, e assim começa uma história de amor intensa e sem pressa para terminar.

Os dois acabam juntos, têm uma filha, e como espectadores, acompanhamos toda uma história familiar, desde os encontros entre as famílias até as situações comuns de qualquer outra família.

Em uma narrativa não linear, vemos uma Almut relutante em formar uma família, enquanto Tobias demonstra empolgação em ter filhos. E, como humanos, eles mudam de opinião ao longo do tempo: Almut faz testes de gravidez, e Tobias espera ansioso.

Nos dias atuais, Almut descobre que tem câncer e precisa de tratamento imediato. Deveria ela abrir mão de sua carreira? Após ser chamada para competir no renomado Bacchus D’Or, representando a Inglaterra, Almut pensa em desistir da competição para celebrar um casamento com Tobias e viver intensamente. Mas então ela se pergunta: qual será o legado que deixará para a filha? Decidida, Almut entra na competição em segredo, vencendo etapas até precisar contar tudo a Tobias, que a apoia na grande final.

Opinião

O segredo de “Todo Tempo Que Temos” é a química irresistível entre Florence Pugh e Andrew Garfield. Desde os primeiros encontros até as cenas de intimidade, o filme aborda a gravidez difícil e a luta contra o câncer, mostrando um casal que vive intensamente cada momento. É a tradução mais sincera de “na saúde e na doença”, onde o casal realmente encontra felicidade juntos.

Florence Pugh interpreta uma personagem com uma personalidade forte e apaixonante em sua maneira de levar a vida, enquanto Andrew Garfield complementa essa força, apoiando, cuidando e respeitando os momentos em que ela precisa de espaço.

Com uma montagem não linear que explora diferentes momentos da relação dos protagonistas, “Todo Tempo Que Temos” constrói uma história que parece pertencer a alguém muito próximo de nós. Ao capturar esses instantes da vida a dois, o filme desperta uma nostalgia e um senso de urgência, especialmente com a descoberta da doença de Almut.

Ao assistir “Todo Tempo Que Temos” no cinema, não é raro ouvir suspiros e até mesmo lágrimas, enquanto o filme conduz o público por uma jornada emocional que faz refletir sobre como lidamos com o amor e a passagem do tempo.

Vale destacar uma sequência em que Tobias, em uma visita aos pais, corta os pelos da nuca a pedido do pai. Em cenas seguintes, Almut elogia a pele lisa de Tobias nesse local, um detalhe que surpreende e aproxima o público dos personagens.

O filme traz momentos emblemáticos, como o parto de Almut e, especialmente, quando ela raspa a cabeça, deixando que a filha finalize o corte. São cenas que tocam profundamente e nos fazem sentir a dor daquele casal.

Para quem busca uma comédia romântica, “Todo Tempo Que Temos” entrega a bela história de Almut e Tobias. Mas vai além, proporcionando uma experiência íntima e profunda, mostrando que o amor é tão frágil quanto o tempo.

Florence Pugh e Andrew Garfield definitivamente surpreendem em “Todo Tempo Que Temos”, que tem tudo para se tornar a grande surpresa de 2024. E não estranhe, este é um filme para chorar mesmo e “Todo Tempo Que Temos” nos entrega isso.

Nota: 5 (de 5)

Todo Tempo Que Temos


Produção: Sunny March e StudioCanal
Direção: John Crowley
Roteiro: Nick Payne
Distribuição nacional: Imagem Filmes

Elenco:
Florence Pugh
Andrew Garfield
Adam James
Aoife Hinds
Marama Corlett

Agradecemos a Imagem Filmes pelo convite da cabine de imprensa

Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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