Estreou nos cinemas o novo filme do cineasta espanhol Cesc Gay. Dividido em pequenos episódios, Histórias que É Melhor Não Contar apresenta um cotidiano divertido e, por vezes, caótico, com situações que poderiam acontecer com qualquer um de nós.
O longa traz cinco contos que seguem a narrativa de filmes como Grande Hotel, estrelado por Antonio Banderas, Bruce Willis e Madonna em 1995. São histórias sem relação direta entre si, mas que compartilham o mesmo universo.
No elenco, destacam-se nomes de peso do cinema espanhol, como Chino Darín, Anna Castillo e Maribel Verdú, rostos familiares que você provavelmente já viu em produções de plataformas como a Netflix.
Mas o que torna Histórias que É Melhor Não Contar tão interessante? É a sagacidade e naturalidade com que Cesc Gay aborda situações como “uma suposta traição”, “um amigo se relacionando com uma mulher trans enquanto o protagonista tenta intervir” ou até “um marido decidindo confessar uma traição do passado para a esposa grávida de quase nove meses”. Nessas histórias, o filme toca em pequenos tabus e brilha ao apresentá-los com leveza e inteligência.
A História
Por ser dividido em blocos de 20 minutos, Histórias que É Melhor Não Contar é um filme difícil de resumir sem estragar sua proposta. Com cinco histórias narradas como atos, cada uma traz um título e elenco distintos, agradando ao público que aprecia produções com tramas curtas.
O primeiro conto narra a amizade entre dois vizinhos que culmina em uma situação inusitada: ao ajudar a mulher a remover um espinho da pata do cachorro, o vizinho acaba se escondendo no banheiro quando o marido dela volta mais cedo de viagem. O que poderia ser encarado como um mal-entendido ganha reviravoltas inesperadas, mostrando a que o filme veio.
Trazendo personagens extremamente humanos e diálogos rápidos, o longa mantém o ritmo enquanto avança por outros núcleos, como o de um casal que tenta ajudar um amigo ainda “de luto” por seu último relacionamento. Eles o incentivam a sair com uma garota que conheceu em um café. O encontro inclui teatro, jantar e balada, até que descobrem que a mulher passou por uma transição recente, trazendo outra virada inesperada à trama.
Quanto mais se conta da história, mais ela se perde em detalhes, por isso Histórias que É Melhor Não Contar é um filme para ser visto, e não apenas lido em críticas.
Opinião
Confesso que o formato de cinco histórias, aliado a um humor ácido e extremamente bem construído, faz de Histórias que É Melhor Não Contar uma das comédias mais impressionantes dos últimos tempos.
A insegurança de alguns personagens, combinada com situações que fogem de controle e surpreendem, torna o filme delicioso de assistir, garantindo risadas do começo ao fim.
Embora o filme toque em alguns momentos dramáticos, suas reflexões universais e pontuais tornam a experiência ainda mais rica. Após este longa, fico curioso para explorar outras obras de Cesc Gay, como Truman, disponível no streaming do cinema Belas Artes.
Nota: 5 de 5
Histórias que É Melhor Não Contar
Direção: Cesc Gay
Roteiro: Cesc Gay, Tomás Aragay
Produção: Marta Esteban
Produção Executiva: Marta Esteban, Laia Bosch
Fotografia: Andreu Rebés (AEC)
Som: Albert Gay, Víctor Tort, Yasmina Praderas
Montagem: Liana Artigal (AMMAC)
Elenco Principal: Sofía: Verónica Echegui, Álex: Chino Darín, Laura: Anna Castillo, Raúl: Javier Rey, Luís: Alex Brendemühl, Carlos: Antonio de la Torre, Ana: María León, Sandra: Eva Reyes, Carol: Alexandra Jiménez, Blanca: Maribel Verdú, Ángela: Nora Navas, Andrés: José Coronado, Bárbara: Alejandra Onieva, David: Javier Cámara, Edu: Quim Gutiérrez e Jota: Brays Efe