A coprodução Brasil-Colômbia Alma do Deserto promete emocionar e desafiar o público com uma história de resistência e identidade, marcada pela luta de uma mulher trans que busca o reconhecimento de sua identidade em um contexto de exclusão e violência. Vencedor do Queer Lion no 81º Festival de Veneza, o filme será lançado no Brasil no dia 30 de janeiro, com distribuição pela Retrato Filmes.
Dirigido por Mónica Taboada-Tapia, o longa tem sido aclamado internacionalmente, sendo reconhecido com prêmios como o Prêmio Especial do Júri na Competição de Documentários no 45º Festival de Havana e o Prêmio Arrecife, dado ao melhor filme com temática queer. Alma do Deserto destaca-se não apenas pela sua narrativa envolvente, mas também pela profundidade cultural e social que traz ao abordar questões de gênero, etnia e identidade.
A História de Georgina Epiayú: Resiliência e Coragem
O filme acompanha Georgina, uma mulher trans da etnia Wayúu, que luta para ter sua identidade oficialmente reconhecida. Após perder seus documentos em um incêndio criminoso, provocado por vizinhos intolerantes, Georgina se vê diante de um obstáculo que ameaça sua autonomia e direitos civis. Em uma jornada que mistura dor e esperança, ela parte para recuperar seus documentos e conquistar o direito de exercer sua cidadania, incluindo o direito ao voto nas eleições colombianas.
A diretora Mónica Taboada-Tapia compartilha que Alma do Deserto tem como força motriz a história real de Georgina Epiayú, que, ao lado de sua comunidade, enfrenta desafios diários não só pela sua identidade de gênero, mas também pela exclusão imposta pela sociedade. Segundo Taboada-Tapia, a vida de Georgina foi a semente de uma jornada cinematográfica de oito anos, que não só expõe questões do universo LGBTQIA+, mas também dá voz a uma parte da comunidade Wayúu que permanece ignorada em sua própria terra.
O Reconhecimento Internacional
A recepção crítica tem sido unânime em sua admiração pela produção. A International Cinephile Society descreveu o filme como “um dos mais marcantes sobre a identidade queer dos últimos anos”, enquanto a Global Queer Cinema destacou-o como “um retrato excepcional e comovente sobre identidade, desafio e alegria”. Essas palavras confirmam a importância do filme, que não apenas toca em temas universais, mas também serve como um elo de conexão entre diferentes culturas e realidades.
Detalhes da Produção
Com uma duração de 87 minutos, Alma do Deserto é uma obra cinematográfica que vai além do entretenimento, levando o espectador a refletir sobre as condições de vida das minorias, especialmente das pessoas trans e indígenas. A fotografia, assinada por Tininska Simpson e Rafael David González Granados, e a montagem de Will Domingos, garantem uma estética visual que acompanha o ritmo dramático da narrativa, mergulhando o público no contexto árido e, ao mesmo tempo, vibrante do deserto colombiano.
A estreia de Alma do Deserto nos cinemas brasileiros é aguardada com grande expectativa, oferecendo uma obra rica e relevante para os tempos atuais, marcada pela busca de identidade e a luta por direitos.
Alma do Deserto
Ano: 2024
Duração: 87 minutos
Gênero: Ficção
Direção: Mónica Taboada-Tapia
Roteiro: Mónica Taboada-Tapia
Elenco: Georgina Epiayú
Produtora: Estúdio Giz, Guerrero Films
Distribuição: Retrato Filmes