O Sato Cinema, localizado no prédio do Bunkyo, no bairro da Liberdade, anunciou uma mudança importante em sua programação. A partir de agora, o cinema não realizará mais exibições semanais de filmes, focando em uma abordagem mais específica para oferecer experiências únicas ao público.
Mudanças na Exibição de Filmes
A transição para exibições menos frequentes tem como objetivo proporcionar eventos mais exclusivos e marcantes, como premières de títulos inéditos e outras atrações especiais. A ideia é criar momentos memoráveis, agregando valor à experiência cinematográfica e à cultura asiática, em vez de seguir com uma programação semanal.
Entretanto, é importante ressaltar que o Sato Cinema apenas oficializa algo que já era sabido informalmente em 2024, quando ficamos alguns meses sem filmes no prédio do Bunkyo e tivemos até lançamentos em outros cinemas, como o filme Família, que foi lançado com maior destaque no CineSystem do Shopping Frei Caneca.
Além disso, a falta de uma bilheteira ou de um totem em horário comercial, exceto para a compra de ingressos no mesmo dia, sempre prejudicou o cinema. Várias vezes, vimos público perdido querendo comprar ingressos, mas sem saber como proceder.
Continuidade da Conexão com o Público
A decisão de ajustar a programação reflete uma mudança de foco e estratégia da Sato Cinema e, provavelmente, teremos muitos lançamentos em 2024 com o melhor da Ásia, seja por meio de filmes sul-coreanos, documentários ou mesmo pelos filmes do Studio Ghibli, que foram exibidos em uma das últimas exibições do Sato Cinema.
Ao adaptar o Grande Auditório do Bunkyo, o Sato Cinema modernizou as cadeiras e os equipamentos, trazendo o melhor da experiência cinematográfica para um bairro que foi berço de cinemas japoneses no passado. No entanto, o uso de um ambiente tombado dificultou a criação de espaços acessíveis para cadeirantes, pessoas obesas e outras características que aquele espaço não foi projetado para acomodar. Além disso, o ambiente, em seus dias comerciais, é utilizado como corredor para acessar a biblioteca e outros ambientes do prédio, o que gera desconfortos, como ocorreu em uma das primeiras exibições que fomos. Os atrasos na pré-estreia de O Menino e a Garça também deixaram uma má impressão para o público que visitou o cinema em março de 2024.
Sabemos que restabelecer a conexão do cinema com a comunidade japonesa provavelmente foi fundamental para a Sato Company, no entanto, ela não deveria ficar restrita ao bairro da Liberdade ou ao icônico prédio do Bunkyo. Acredito que existem espaços mais interessantes, tanto no bairro quanto em outras regiões da cidade, como Santa Cruz ou Pinheiros, que também têm comunidade japonesa e que poderiam proporcionar um cinema muito mais robusto e interessante do que o que o Sato Cinema vem oferecendo na Liberdade.
Eventos organizados pela própria Sato Company como a exibição de Godzilla Minus One para convidados no REAG Belas Artes e, mais recentemente, Família e Força Bruta – Sem Saída para a rede Cinesystem (Shopping Frei Caneca e Bourbon Shopping São Paulo) mostraram-se muito mais interessantes e proporcionaram uma experiência superior para os fãs de cinema em comparação ao próprio ambiente da Sato Cinema. E está conexão com fã e a tela de cinema são tão fundamentais quanto laços com a comunidade japonesa no país.
Torço para que a marca Sato Cinema se torne mais forte em 2025 e que, ao mudar de estratégia, revele-se ser a escolha mais acertada no futuro.