Um dos lançamentos da Editora JBC, o mangá Blue Box vem diretamente das páginas da Shonen Jump. Acostumados com títulos de heróis como Cavaleiros do Zodíaco e One Piece, às vezes esquecemos que de lá também saem histórias leves, como o primeiro amor em Blue Box.
Criado por Kouji Miura, o mangá começou a ser publicado em abril de 2021, durante a pandemia, e talvez por isso Blue Box seja tão leve e toque fundo nas relações de amizade, mostrando um mundo que, naquele momento, parecia inalcançável.
Com anime na Netflix, Blue Box se destacou por personagens sinceros em sua adolescência. Quem é mais velho se identifica por já ter vivido algo parecido, e quem é mais novo se vê refletido na história.
Se você pensou que é um mangá de esportes, até tem um pouco disso, mas não se engane: Blue Box é sobre sentimentos.
A história
Conhecemos Taiki Inomata, do Clube de Badminton, que treina no mesmo ginásio do Clube de Basquete. Ele admira Chinatsu Kano, estrela do time, por quem se apaixona ao ver sua dedicação ao esporte.
Todos os dias, ao chegar para treinar, ela já está lá, primeira na porta. Isso só aumenta sua admiração. Mas, em um dia frio, ele decide oferecer algo para aquecê-la e, nesse momento, conversam pela primeira vez. Ela vê o nome dele na etiqueta da roupa e ele morre de vergonha.
A graça de Blue Box começa aí. Taiki sempre gostou de Chinatsu, mas ao descobrir que talvez ela se mudasse de país, acaba sabendo que, na verdade, ela vai morar na casa de uma conhecida. Para sua surpresa, essa conhecida é sua mãe, amiga da mãe de Chinatsu. Agora, os dois moram sob o mesmo teto, o que é surreal para ele.
É aí que Taiki e Chinatsu começam a enxergar um ao outro além da rotina do ginásio, criando uma forte amizade. Taiki, claramente apaixonado, sente ciúmes de tudo e muitas vezes age impulsivamente. Mas é compreensível, afinal, ele está vivendo o auge de seus sentimentos.
Parte do encanto de Blue Box está em mostrar que Chinatsu também é uma jovem cheia de inseguranças, tentando entender Taiki e sendo muito diferente da imagem idealizada que ele criou.
Edição brasileira
A edição da Editora JBC segue o padrão do mercado, trazendo marcador de página, mas sem orelhas, como em outros mangás da editora. A tradução de Lucas Cabral conseguiu manter a leveza da obra.
O mangá tem 13,2 x 20,0 cm, um tamanho comum, um pouco maior que Skip & Loafer, outro lançamento da editora.
O papel é um pouco mais fino do que o de outros mangás da JBC, mas sem transparências, algo que costuma preocupar os leitores.
Custando R$ 39,90, Blue Box segue o novo padrão do mercado. Acho um preço justo, embora os reajustes sejam inevitáveis e todos os títulos sigam essa faixa atualmente.
Opinião
Eu conhecia a fama de Blue Box, mas não sabia do que se tratava. A história me surpreendeu e até me perguntei se era mesmo um mangá da Shonen Jump. Com primeiro amor e amizade, Blue Box quase parece um mangá para o público feminino, mas com a diferença de que o protagonista é um garoto. E isso é um elogio!
A relação entre Taiki e Chinatsu é linda e leve, misturando amizade e primeiro amor. Não dá para prever os próximos passos, mas cada vez que um novo personagem surge, já ficamos atentos para ver como isso afetará os dois.
Além disso, a naturalidade com que Chinatsu passa a morar na casa de Taiki desmonta algumas das impressões que ele tinha sobre ela. Cada novo momento compartilhado contribui para uma relação ainda mais especial.
Se Blue Box nasceu numa época em que precisávamos de histórias leves, hoje ele colhe os frutos de não só ser leve, mas também de contar uma ótima história.
Nota: 4,5 (de 5)
Blue Box #01
Volume: 01
Número de páginas: 192
Autoria: Kouji Miura
Classificação etária: 16 anos
ISBN: 9786555946802
Formato: 13,2 x 20,0 cm
Preço: R$ 39,90
Agradecimentos a Editora JBC por ter enviado o mangá para produção deste conteúdo
