quarta-feira, fevereiro 5, 2025
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Review | Questionador, Parasyte #01 continua icônico e agora em cores

Publicado pela primeira vez pela Editora JBC em 2015, Parasyte retornou ao Brasil em 2024 em uma edição colorida e em um formato muito parecido com Neon Genesis Evangelion Collector’s Edition e Museum, trazendo 280 páginas em cada volume.

Publicado no Japão de 1988 a 1995, Parasyte já ganhou anime, filmes live-action no Japão e, recentemente, um K-drama na Netflix, o que trouxe a franquia de volta à moda. Criado para um público mais velho, do gênero seinen, Parasyte surgiu na publicação Afternoon, que já nos brindou com outros títulos como Eden e Genshiken, lançados no Brasil pela JBC.

A grande diferença é que, com seu estilo estético dos anos 80 e uma adaptação brasileira bem equilibrada, o mangá chega agora em uma versão muito mais luxuosa e colecionável do que na primeira vez em que foi publicado. Com cores em um tom mais opaco do que os quadrinhos americanos digitais e com um aspecto mais “manual”, semelhante à Dragon Ball Edição Definitiva, Parasyte ganha uma nova camada de leitura com sua versão colorida.

Mas falamos muito sem entrar na história. Vamos falar da trama?

Parasyte #01
Os estranhos seres chegando em todo mundo – Giuliano Peccilli

Estranhos seres voam pelo planeta em formato de bola e, ao pousarem, transformam-se em “cobras” que passam a possuir humanos e animais. É assim que conhecemos o jovem Izumi Shinichi, um estudante de 17 anos que mora com os pais em um bairro tranquilo de Tóquio. Numa certa noite, uma dessas criaturas invade seu quarto e acaba possuindo seu braço.

Ganhando consciência e sedento por conhecimento, esse estranho ser não consegue dormir e devora todos os livros do quarto de Izumi, estabelecendo com ele uma relação de respeito e, eventualmente, uma aliança. Como a criatura se aloja em seu braço direito, Izumi a batiza de “Migi” (derivado de migi, que significa “direita” em japonês).

A versão colorida ainda da mais medo ao ver ele colorido – Giuliano Peccilli

Só que Migy não é único, e Izumi logo encontra outros parasitas pelo caminho, enquanto jornais do mundo inteiro noticiam ataques brutais que literalmente trituram diversos humanos ao redor do planeta.

O primeiro volume destaca, em grande parte, a chegada da professora Ryoko Tamiya, que também é um parasita, mas age de maneira fria e calculista, tornando-se uma aliada de Izumi. Grávida de outro parasita, ela é uma mulher solteira e logo se torna um problema dentro da escola, o que a leva a reconsiderar sua estratégia para permanecer no colégio.

Cenas de ação ganham outro efeito com cores – Giuliano Peccilli

Edição brasileira

A versão brasileira – Giuliano Peccilli

A edição totalmente colorida segue o mesmo tamanho de outros títulos da editora. Um diferencial é a inclusão de uma sessão de perguntas e respostas com o criador, datada de 1991, que revela como Hitoshi Iwaaki concebeu o mundo de Parasyte.

Com tradução de Drik Sada, o texto é fluido e natural, sem datar a época em que o mangá foi publicado nem recorrer a expressões específicas da época, como foi o caso da adaptação de Yu Yu Hakusho. Além disso, um dos grandes méritos da tradução é adaptar bem o estilo de fala dos personagens – sejam alunos, professores ou alienígenas –, tornando a leitura ainda mais envolvente em português.

As orelhas da versão brasileira e o acabamento premium da edição brasileira – Giuliano Peccilli

As cores seguem um formato semelhante ao da Dragon Ball Edição Definitiva, mas, por ser impresso em um tipo de papel diferente, a impressão em papel offset traz um resultado bem interessante.

Custando R$ 76,90, Parasyte não é um mangá barato. No entanto, considerando que os preços médios atualmente variam entre R$ 39 e R$ 42, podemos dizer que, apesar do valor elevado, ele entrega um acabamento premium que justifica o investimento.

Já publicado anteriormente, Parasyte retorna agora com uma edição atualizada e caprichada, semelhante a outros títulos da mesma editora. Com um total de oito volumes nesse formato, a atualização vale a pena se você é fã da obra. Caso tenha chegado à franquia pelo K-drama, o mangá apresenta uma ótica japonesa da história, trazendo o protagonista que também aparece na adaptação.

Opinião

Formato da Editora JBC vem se consolidando no mercado brasileiro – Giuliano Peccilli

Lançado como Parasyte #01 – Edição Especial Colorida, a Editora JBC acertou em trazer o título nesse formato, aproveitando o momento em que a franquia está em alta graças à nova adaptação em K-drama.

Acredito que não seja um spoiler dizer que Parasyte, assim como Gantz e Death Note, se permite ser contado de forma simultânea em diferentes mídias e países. Se você conheceu a história pelo K-drama, terá uma experiência diferente e enriquecedora ao conferir o mangá.

Se você é fã da obra desde 2015, sabe que essa nova edição supera a anterior em todos os aspectos. Ao trazer cores para o mangá, a edição adiciona camadas que antes passavam despercebidas no preto e branco. Infelizmente, quando Parasyte foi adaptado para anime, houve diversas atualizações visuais, mas essa edição colorida se aproxima mais da estética que a obra poderia ter tido caso tivesse ganhado um anime nos anos 90.

A nova edição, ao utilizar papel offset, entrega um acabamento semelhante ao das páginas coloridas de Neon Genesis Evangelion Collector’s Edition. Embora a diferença de preço em relação a outras edições seja de mais de R$ 20, o papel couchê de Sailor Moon Eternal Edition poderia ter trazido um resultado interessante, mas a escolha pelo offset confere um toque mais condizente com o gênero e a atmosfera da obra.

Por ser um mangá direcionado ao público jovem adulto (seinen), Parasyte funciona muito bem para fãs de Neon Genesis Evangelion e outros títulos da editora. O formato semelhante facilita a identificação do leitor que busca algo na mesma linha.

Embora o protagonista seja um estudante, fica claro que Hitoshi Iwaaki não trata seu público como jovem, trazendo explicações aprofundadas e uma abordagem que flerta com o gore, criando um clima de terror constante. Parasyte surgiu na mesma época de filmes como O Exterminador do Futuro 2 (1991) e, para quem gosta desse gênero, a influência é perceptível – é fácil imaginar como teria sido se Hollywood tivesse descoberto essa obra naquela época.

Divertido e visceral, Parasyte #01 é apenas o primeiro capítulo de uma saga cheia de reviravoltas, em que o autor não tem medo de ousar e transformar seus personagens. Com mortes constantes, Parasyte provavelmente serviu de referência para muitos mangás posteriores, ao demonstrar coragem para ir além do convencional.

Nota: 5 (de 5)

Parasyte – Edição Especial Colorida #01

Volume: 01

Número de páginas: 280

Autoria: Hitoshi Iwaaki

Classificação etária: 16 anos

Edição Impressa

Formato: 15,0 x 21,0 cm

Preço: R$ 76,90

ISBN: 9786555946253

Agradecimentos a Editora JBC que enviou o mangá para produção deste conteúdo

Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo, Nintendo World e Jornal Nippon Já.

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