domingo, março 9, 2025
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Desigualdade Salarial na Medicina | Mulheres Ganham 23% a Menos que Homens, Aponta Pesquisa

Médicas brasileiras recebem, em média, 23% a menos do que seus colegas homens, segundo a Pesquisa Salarial do Médico, realizada pelo Research Center, núcleo de pesquisa da Afya. O levantamento aponta que a renda mensal das profissionais mulheres é de R$ 17.535,32, enquanto a dos homens chega a R$ 22.669,86.

A diferença de aproximadamente R$ 5.135 tem duas explicações principais. O valor médio da hora trabalhada para médicos é de R$ 417, enquanto para as médicas fica em R$ 370, uma defasagem de 11,4%. Além disso, as mulheres trabalham, em média, 47,4 horas semanais, enquanto os homens dedicam 54,3 horas à profissão, uma diferença de 12,6%.

Disparidade por Idade, Região e Formação

A desigualdade salarial se manifesta em todas as categorias analisadas. Entre profissionais de 45 a 55 anos, a diferença de renda é menor, em torno de 8,1%, sugerindo um leve equilíbrio salarial nessa faixa etária.

No recorte regional, a menor discrepância ocorre no Sul, onde a diferença é de 15,4%. Nas demais regiões, os homens continuam a ganhar mais, com uma disparidade que varia entre 22% e 24%, sendo 22,6% no Norte, 22,2% no Nordeste, 24,2% no Centro-Oeste e 24,9% no Sudeste.

A desigualdade persiste independentemente do nível de formação. Médicos apresentam renda líquida mensal superior em todas as categorias, com um agravante entre os especialistas, onde a diferença chega a 22,4%. Isso evidencia que mesmo com qualificações equivalentes ou superiores, as mulheres enfrentam barreiras que dificultam seu avanço profissional e financeiro.

Maternidade e Jornada de Trabalho

O estudo também revela que a maternidade influencia a carga horária das médicas. Profissionais que são mães trabalham, em média, 46,7 horas semanais, enquanto os pais dedicam 55,2 horas ao exercício da profissão. Para médicas divorciadas ou separadas com filhos, a jornada sobe para 50,7 horas semanais, indicando uma possível necessidade de compensação financeira diante das demandas familiares.

“Conciliar vida pessoal e profissional ainda é um desafio para as mulheres, que seguem acumulando múltiplas jornadas. A diferença salarial reflete uma desigualdade estrutural que vai além da remuneração. O equilíbrio na divisão das responsabilidades domésticas é essencial para reduzir essas disparidades”, afirma Eduardo Moura, diretor de pesquisa do Research Center da Afya.

A pesquisa entrevistou 2.637 profissionais entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, com nível de confiança de 95% e margem de erro de 1,9 ponto percentual.

O Peso da Desigualdade

Além da disparidade salarial, médicas enfrentam preconceitos no ambiente de trabalho. Questionamentos sobre sua capacidade profissional e frases como “cirurgia não é para você” e “ter filhos vai atrapalhar sua carreira” são comuns e impactam diretamente suas trajetórias.

Para dar visibilidade a essa realidade, a Afya lança a campanha O peso da desigualdade, com o objetivo de ampliar o debate sobre a equidade de gênero na medicina. Como parte da ação, a empresa produziu um experimento social registrado em vídeo, que será divulgado em suas redes sociais a partir de 7 de março.

“As mulheres já são maioria na medicina desde 2024, mas ainda enfrentam barreiras em especialidades de alta complexidade, remuneração e cargos de liderança. Queremos evidenciar como esses padrões culturais afetam suas escolhas profissionais e reforçar a importância da equidade no setor”, afirma Stella Brant, VP de Marketing e Sustentabilidade da Afya.

No Mês da Mulher, a Afya oferecerá acesso gratuito a dois cursos online para médicas e alunas de medicina: Finanças Equilibradas, voltado à independência financeira, e Introdução à Inteligência Artificial para Médicos, que aborda inovação na área da saúde. Mais informações estão disponíveis no site da campanha.

Sobre a Afya

Líder em educação e soluções para a prática médica no Brasil, a Afya reúne 37 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 32 delas com cursos de medicina e 20 unidades voltadas para pós-graduação e educação continuada. São 3.593 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC) e mais de 21 mil alunos formados nos últimos 25 anos.

A empresa se destaca pela inovação digital no ensino e suporte à prática médica. Em 2019, tornou-se a primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq. Em 2023, foi reconhecida pelo jornal Valor Econômico como a empresa mais inovadora do Brasil na categoria educação. Em 2024, passou a integrar o programa Liderança com ImPacto da ONU Brasil, promovendo a ODS 3 – Saúde e Bem-Estar.

Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo, Nintendo World e Jornal Nippon Já.

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