Dirigido por Pablo Lobato, Oroboro estreia nos cinemas em 20 de março de 2025, trazendo um olhar sensível sobre a formação juvenil através da arte. O documentário acompanha estudantes que transformam o teatro em experiência de vida, recriando Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, e A Flauta Mágica, de Mozart.
A produção se desenvolve entre ensaios, apresentações e a rotina escolar, capturando descobertas, emoções e contradições. A interseção entre cinema e teatro potencializa a reflexão sobre temas fundamentais como educação, transformação e pertencimento.
O colégio onde o filme foi rodado, localizado entre Belo Horizonte e Nova Lima, insere-se em um cenário de urbanização crescente, criando um espaço simbólico para as dicotomias entre natureza e cidade, tradição e modernidade.
O olhar de Pablo Lobato e o impacto de Oroboro
Pablo Lobato constrói sua narrativa a partir do inesperado. Em 2018, ao encontrar um grupo de jovens encenando Grande Sertão: Veredas, foi tomado por um impulso criativo. Sem projeto prévio ou financiamento inicial, deu início às filmagens movido pela urgência do momento. Ao longo de quatro anos, acompanhou esses processos de imersão artística, registrando também a montagem de A Flauta Mágica por uma nova geração de alunos.
Para Isabella Brisa, que interpretou Hermógenes na peça de 2018, Oroboro é um resgate emocional: “O filme é emocionante; sua sensibilidade me tocou profundamente. Foi um privilégio participar desse projeto, que reacendeu em mim o desejo de me expressar através da arte.”
O título remete ao ouroboros, símbolo ancestral da serpente que engole a própria cauda, representando o ciclo da vida e a constante renovação. Essa imagem traduz a essência do documentário, que captura a formação dos jovens como um processo cíclico e transformador.
Oroboro
Gênero: Documentário
Duração: 81’13”
Ano: 2025 (filmado entre 2018 e 2022)
Idioma: Português
País: Brasil
Direção: Pablo Lobato
Produção: Marcus Leskovsek e Pablo Lobato
Montagem: Luiz Pretti e Pablo Lobato
Trilha sonora: O Grivo
O cineasta e seu legado
Pablo Lobato é um artista visual e cineasta com uma trajetória marcada pela intersecção entre diferentes linguagens. Um dos fundadores da Teia – Centro de Pesquisa e Produção Audiovisual, teve seu primeiro longa, Acidente, exibido em festivais como Sundance e Locarno. Também foi premiado com a bolsa John Simon Guggenheim, em reconhecimento à sua obra.
Após anos dedicados às artes visuais, com exposições no MoMA e no New Museum, Lobato retorna ao cinema com Oroboro. O filme impulsionou seu mais recente projeto, Bárbara de Cocais – Escultura Comunitária #01, que integra cinema, arte e engajamento social.
Produção e distribuição
Produzido pelo Claroescuro Studio, Oroboro tem distribuição da Fênix Filmes e conta com apoio da Lei Paulo Gustavo e patrocínio da Saúva Jataí. A Claroescuro, sediada em Belo Horizonte, se destaca na confluência entre cinema e artes visuais, priorizando a experimentação e a pesquisa.
A Fênix Filmes, reconhecida por trazer ao Brasil produções de relevância internacional, reafirma seu compromisso com o cinema independente ao distribuir Oroboro, um documentário que celebra a potência da arte na transformação da juventude.
