terça-feira, abril 8, 2025
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Crítica | Red Velvet Happiness Diary: My Dear, ReVe1uv – Documentário comemora 10 anos do grupo nos cinemas

Comemorando 10 anos, o Red Velvet chegou aos cinemas brasileiros com Red Velvet Happiness Diary: My Dear, ReVe1uv, um show com documentário do fancon tour realizado em agosto no SK Olympic Handball Gymnasium em Seul.

Sucesso internacional, o Red Velvet faz parte da terceira geração do K-POP, consolidando-se ao lado de nomes como BTS, EXO, GOT7, TWICE, SEVENTEEN e BLACKPINK. Essa é uma geração marcante, especialmente por ter sido responsável pela internacionalização do K-POP, levando a música sul-coreana às paradas mundiais e moldando o cenário que conhecemos hoje.

No documentário distribuído pela Sato Company, os ReVeluv — fãs do grupo — e curiosos são convidados a mergulhar na trajetória das integrantes Irene, Seulgi, Wendy, Joy e Yeri.

Criado em 2014, o Red Velvet se reconstrói neste documentário ao explicar como surgiu e se consolidou como grupo, moldando-se ao longo do tempo e conquistando o coração de seus fãs.

Para este show nos cinemas, a equipe acompanhou os bastidores e performances da 2024 Red Velvet FANCON TOUR <HAPPINESS: My Dear, ReVe1uv> in SEOUL, evento que celebrou os dez anos de história do grupo. Destaque para as cenas em formato ScreenX, que ampliam a experiência nas telonas e conseguem entregar uma sensação bastante próxima de um show ao vivo.

Mas vamos ao show em si?

Abrindo com Happiness, o Red Velvet relembra sua estreia no mercado sul-coreano. A música, divertida e ousada, trouxe uma fusão de estilos que revolucionou o K-POP com um grupo então novato, formado por Irene, Seulgi, Wendy e Joy.

Aqui, elas são bastante sinceras e estabelecem o tom do documentário, ao revelarem que inicialmente não compreendiam toda a complexidade de Happiness e o impacto que a música teria na evolução do grupo.

O show segue com Ice Cream Cake, lançada em 2015, e que marcou a chegada da quinta integrante, Yeri, então com 17 anos. Conhecida como a “irmã mais nova do grupo”, ela foi bem recebida e tornou-se uma parte fundamental do Red Velvet, amadurecendo ao lado do público.

Com um repertório bem escolhido, o grupo segue com a contagiante Parade, seguida por Sunny Afternoon, onde sobem ao palco com flores, evocando uma atmosfera nostálgica.

Mas por que “vermelho”?

É com Underwater que o Red Velvet explora além do próprio nome. Nesta fase, elas explicam como o grupo passou a representar tanto o “red” com sua energia pop, quanto o “velvet” com seu lado sofisticado e melódico. Essa transição marca também o início de um caminho mais sensual e introspectivo, diferente do pop animado apresentado até então.

Vale destacar que essa explicação sobre como suas músicas ganharam identidade própria não para por aí. Mesmo com as agitadas Bubble e Knock Knock, elas reforçam como o som do Red Velvet se tornou reconhecível, a ponto de o público associá-lo automaticamente ao grupo.

Retorno ao seu reinado

Com Feel My Rhythm, o grupo atinge talvez o ponto alto do show, seguindo com Queendom, que marcou seu retorno em 2021 e se tornou um dos maiores sucessos da fase mais recente.

Após um hiato de 1 ano e 11 meses, Queendom simboliza não apenas o retorno, mas também a entrada do grupo no Billboard Global 200, consolidando ainda mais seu sucesso internacional. Vibrante e cativante, é uma das minhas favoritas e justifica bem sua presença no setlist.

Um agradecimento ao público

Para encerrar o show, o grupo escolhe Cosmic, de 2024, como forma de agradecer aos fãs por esses dez anos. A música, já parte da fase atual do grupo, também simboliza um novo começo após essa jornada tão especial.

Encore

Como não poderia faltar, o Red Velvet retorna ao palco no encore com os lightsticks da turnê e cada um personalizado com uma “roupinha” diferente que o grupo celebra com os fãs mais uma vez.

Com sucessos como My Dear, Sweet Dreams, Red Flavor e Zimzalabim, o grupo embala o público enquanto recebe mensagens de voz de fãs agradecendo por essa década de trajetória. De pessoas que se encantaram em apenas 3 segundos ouvindo uma música, a outras que acompanham o grupo há anos, as mensagens emocionam e levam as integrantes às lágrimas.

Um show que percorre desde Happiness, de 2014, até Cosmic, de 2024, apresentando um Red Velvet que reflete seus desafios e amadurecimento junto ao público — algo que rendeu muitas conquistas ao longo do tempo. Agora, o grupo segue por uma nova estrada, provando que sua jornada continua.

Vale a pena assistir?

Sendo direto, Red Velvet Happiness Diary: My Dear, ReVe1uv entrega um show completo e cativante. Com músicas marcantes na história do K-POP e um documentário que apresenta o processo criativo do grupo, fica evidente a grandeza que elas alcançaram ao longo desta década.

Recentemente tivemos ZEROBASEONE: Timeless World in Cinemas, e comparando os dois, vale destacar que a forma como o documentário do Red Velvet combina depoimentos e performances facilita bastante a compreensão para o público. Ambos são tecnicamente excelentes — ZB1 transmite a energia e entusiasmo de um grupo em ascensão, enquanto o Red Velvet mostra a maturidade e solidez conquistadas ao longo dos anos. Em termos narrativos, o documentário do Red Velvet se destaca, tornando-se mais acessível e emocional.

Sei que pareço insistente ao comentar isso, mas mais uma vez temos um show sem legendas nas músicas. Entendo que há limitações contratuais envolvendo o licenciamento, mas mesmo assim, assistir a um musical sem tradução compromete a experiência. Um show nos cinemas exige o mesmo cuidado de um musical no palco, e a ausência de legendas dificulta o entendimento para quem não entende coreano. Torço para que, no futuro, tenhamos mais shows no Brasil com uma localização completa em português, incluindo títulos das músicas, nomes dos integrantes e tradução das letras. O documentário está tecnicamente impecável, com excelente filmagem e qualidade de som, faltando apenas ajustes na localização para que torne a experiência perfeita.

A tradução ficou a cargo de Natália Queiroz, com revisão de Gustavo Iracema, que acertaram ao usar um texto voltado ao público K-Pop. Termos como “Unnie” (irmã/amiga mais velha) aparecem nas legendas e, mesmo sendo algo mais nichado para fãs de K-dramas e K-pop, gostei da liberdade que a Sato Company teve ao optar por esse vocabulário, que conversa diretamente com seu público.

Por fim, Red Velvet Happiness Diary: My Dear, ReVe1uv consegue transmitir o calor de um show do grupo no Brasil. Produzido pela CJ 4DPLEX e ScreenX Studio, o documentário equilibra bem música e depoimentos, não só prendendo a atenção do público, mas também emocionando de verdade.

Set list

Via KPOP Fandom

  1. “Happiness”
  2. “Ice Cream Cake”
  3. “Parade”
  4. “Sunny Afternoon”
  5. “Sunflower”
  6. “Underwater”
  7. “So Good”
  8. “Bubble”
  9. “Knock Knock (Who’s There?)”
  10. “Bad Boy”
  11. “Psycho”
  12. “Feel My Rhythm”
  13. “Queendom”
  14. “Cosmic”
  15. “My Dear” (Encore)
  16. “Sweet Dreams” (Encore)
  17. “Red Flavor” (Encore)
  18. “Zimzalabim” (Encore)

Nota: 4 (de 5)

Red Velvet Happiness Diary : My Dear, ReVe1uv

Data de estreia no Brasil: 3 de abril

País: Coréia do Sul

Duração: 114 min

Direção: SUN HYUNG KIM, YOONDONG OH

Elenco: IRENE, SEULGI, WENDY, JOY, YERI

Produtora: CJ 4DPLEX, SCREENX Studio

Produtor: DAVID TU SUN SONG

Classificação indicativa: livre

Agradecimentos a Sato Company e Sinny Assessoria pelo convite para produção deste conteúdo.

Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo, Nintendo World e Jornal Nippon Já.

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