Baseado na versão Disney para a história homônima da Marvel, o mangá Operação Big Hero é mais uma aposta da editora Abril em seu já diversificado leque de publicações neste segmento.
O mangá conta a história de Hiro Hamada, um gênio que com apenas 14 anos já consegue frequentar a faculdade com seu irmão mais velho e ídolo, Tadashi. Ele é muito inteligente, ama as máquinas e a tecnologia, porém não se importa tanto com os seres vivos. A única exceção é Tadashi, a quem Hiro tem como meta. A natureza calma e gentil de Tadashi contrasta com o jeito explosivo e arrogante de Hiro, que não se preocupa em melhorar o modo como encara a vida ou como trata as pessoas ao seu redor, desde que seu irmão esteja sempre a seu lado.
Ao ser premiado com o primeiro lugar da exposição organizada pela faculdade, Hiro também é convidado para trabalhar no laboratório do renomado professor Calaghan, porém recusa o convite porque não foi estendido a Tadashi. Este, por sua vez., quer que o caçula saia para o mundo e conheça novas pessoas, abrindo novas possibilidades para si. A imaturidade e falta de jeito de Hiro em lidar com os outros faz com que ambos briguem, a ponto de Hiro se recusar a jantar.
Tudo piora quando no meio da noite Tadashi atende uma ligação misteriosa e sai de casa apressado. Hiro o segue e chega a uma espécie de complexo, onde vê uma pessoa mascarada mexendo em algo que lembra um portal. Ele é descoberto e, quando está prestes a ser tragado pela estrutura, Tadashi o salva mas é tragado em seu lugar.
Tomado pela tristeza, ao voltar para casa só encontra consolo em Baymax, o robô enfermeiro criado por Tadashi que, juntamente com seus colegas de faculdade, ajudará Hiro em sua busca por respostas sobre o desaparecimento de seu irmão e também em sua evolução emocional.
A versão mangá de Operação Big Hero traz diferenças essenciais com relação à animação. A maneira como Baymax é introduzido na história, a estrutura familiar de Hiro, o modo como Tadashi “se afasta” da trama e a motivação do vilão sofreram mudanças. O Hiro do mangá é bem mais arrogante e Tadashi parece estar preocupado em fazer o irmão “evoluir” (sentimentalmente falando), para que possa seguir em frente com seus próprios projetos. Ainda assim, a relação entre os dois permanece a mesma na essência.
Para conseguir contar a história toda em uma minissérie de apenas duas edições, Haruki Ueno simplificou alguns aspectos da trama, o que resultou num desfecho que deixou algumas pontas soltas. De qualquer forma, o mangá tem um belo traço, personagens carismáticos e cumpre a tarefa de entreter, porém não chega a emocionar tanto quanto a animação.
Mesmo com esses altos e baixos, a versão mangá como um todo é bem interessante e vale a pena dar uma olhada a título de comparação. Depois nos contem de que versão gostaram mais!