Você salva uma criatura esquisita, porém engraçadinha de um apuro; ela lhe diz que é um anjo e que, em agradecimento, irá realizar qualquer desejo seu; o que você pediria? Essa é a história de Wish, mais um lançamento da editora JBC (que, gentilmente, cedeu o exemplar à equipe do JWave para análise) no ano do seu 20º aniversário.
Tudo começa quando Shuichiro Kudo, um médico caladão porém bonzinho, salva um ser indefinido das garras de um corvo malvado. A criatura apresenta-se como Kohaku, revela que na verdade é um anjo e que pode realizar um desejo como agradecimento pela sua ajuda.
Apesar de encarar a revelação de maneira cética no começo, Shuichiro permite que Kohaku fique morando em sua casa enquanto não cumpre sua verdadeira missão: localizar um arcanjo desaparecido. O anjo, por sua vez, deixa sua incumbência um pouco de lado porque quer retribuir a ajuda prestada por Shuichiro, que insiste não precisar de nada (na verdade, acredita firmemente que devemos realizar nossos desejos através de nosso próprio esforço). A partir daí, os dois vão se conhecendo melhor e aprendendo a conviver juntos. Kohaku passa a apreciar a presença de Shuichiro, que também passa a aceitar com naturalidade todo o pacote de bizarrices que veio de brinde junto com o anjo, bem como outras criaturas fantásticas que aparecem no pedaço: o demônio Kouryu e suas fofíssimas ajudantes Ruri e Hari (só para começar, diga-se de passagem).
Wish é uma obra do estúdio CLAMP, que dispensa apresentações. Apesar do traço ser um pouco mais simples do que o habitual em suas obras, ainda assim a arte é de encher os olhos. Os personagens secundários dão um show a parte, com destaque especial aos passarinhos que aconselham Kohaku; impossível não rir com o modo como eles agem com o anjo, que está sempre inseguro de sua própria capacidade de fazer qualquer coisa.
Os protagonistas já são conhecidos dos leitores brasileiros, pois fazem uma pontinha em Kobato (também publicado por aqui pela JBC, completo em 6 volumes), porém com um “ar” um pouco diferente; em Wish, Kohaku aparentemente não tem sexo definido, porém em Kobato é retratado com uma aparência mais feminina e dá a entender que não é a primeira vez que tem um relacionamento com Shuichiro. Uma vez que o CLAMP adora brincar com o conceito de que a mesma pessoa pode existir em vários mundos distintos (Tsubasa manda beijos), só iremos saber se é esse o caso quando a história avançar mais.
A edição brasileira ficou muito linda. Apesar de não trazer o mesmo papel utilizado em Chobits, conta com páginas coloridas e a qualidade gráfica ficou ótima. Diferente de Kobato, optou-se por traduzir o termo “hôgan” para “invocação”, o que não atrapalha em nada a compreensão da história.
Independente de ser fã das “meninas” do CLAMP ou apenas um apreciador de histórias com tudo na medida certa, não deixem de dar uma conferida neste lançamento tão bacana. Kohaku ficará muito feliz em saber que se interessou por suas trapal… ops, por sua aventura no mundo dos humanos!