domingo, novembro 24, 2024
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A História das músicas dos Animes – parte 3

A entrada do Hard Rock 

 

Os anos 80 é lembrado até hoje por muitas coisas, e não dá pra não esquecer que foi nele que 

teve uma segunda invasão de séries nipônicas no Brasil, como Jaspion, Changeman, Dolbuck, Doraemon, Candy Candy, Rosa de Versalhes entre tantos outros. Lembrando que as séries Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya, no original) e Dragon Ball, mesmo tendo sido produzidos nos 

anos 80, só chegariam ao Brasil nos anos 90, sendo ícones até hoje em dia na televisão brasileira.   

       

 Casos como as séries Changeman e Cavaleiros do Zodíaco, ficam nítidas a influência do rock nas anime songs e essa influência vem do mercado musical dos anos 80 que ganharam outras direções com gêneros rock e new music (que seria chamado de jpop mais tarde) fazendo sucesso no Japão. Esse tipo de musica veio do reflexo neo-americano das décadas anteriores, assim a influência da música ocidental, fez uma repetição dentro do próprio país, criando uma música exatamente igual ao que havia lá fora. O sucesso desses novos gêneros que formaram jrock e jpop nos anos posteriores, veio a mistura dessas influências ao modo japonês, nascendo músicas que tem frases em inglês misturadas com o idioma japonês e com estilo totalmente próprio e pessoal.

Sinais da mudança na forma de fazer anime songs, veio em 1984 com o anime Hokuto no Ken, com o Crystal King. A música Ai wo Torimodose era um exemplo do que estava por vir nessa nova década.     

Entre as pessoas que fez sucesso nessa década, no gênero anime songs, foram os cantores Hironobu Kageyama e Nobuo Yamada. Ambos vindo do gênero hard rock, fizeram fama no gênero de anime songs, sendo que o total destaque da década, realmente vai para Hironobu Kageyama, que tendo uma carreira solo recente, após o fim do grupo LAZY, gravou temas de grande sucesso em vários animes, como Chou Jikuu Kidan Southern Cross, Dragon Ball Z e Cavaleiros do Zodíaco. Na área de Live action, o cantor se consagrou com o Esquadrão Relâmpago Changeman (Dengeki Sentai Changeman, no original), sendo que no ano seguinte ele retornaria na série Defensores da Luz Maskman (Hikari Sentai Maskman, no original). Nessa época, o cantor assinava suas musicas com o pseudônimo de KAGE.

            A grande consagração pessoal do cantor Hironobu Kageyama veio com a música Chala Head Chala, primeira abertura de Dragon Ball Z, em 1989. Na época, grande fã do manga de Akira Toryama (publicado no Brasil pela editora Conrad), Kageyama sonhava em cantar o tema de abertura de Dragon Ball, mas perdeu a vaga para o cantor Hiroki Takahashi. O sonho só virou realidade, quando no anime começou a segunda fase, intitulada Dragon Ball Z, o sucesso de Chala Head Chala, percorreu o mundo, ganhando versões aonde a animação era exibida, ganhando inclusive versão brasileira pela Álamo, entre outros estúdios que fizeram versões próprias, quando assumiu filmes da série que não foram dublados no estúdio principal.

            Outro grande ícone em termos de música de animes, produzida nos anos 80, é a famosa Pegasus Fantasy, de Cavaleiros do Zodíaco, produzida pelo grupo Make Up, vindo também do rock, foi o grupo tem no vocal Nobuo Yamada, que assinava com pseudônimo de Nob, tornou-se conhecida entre os fãs de anime. Infelizmente no Brasil, por ter vindo uma versão de Cavaleiros do Zodíaco com trilha sonora alterada, só viemos conhecer oficialmente Pegasus Fantasy em versão em português, depois de seu relançamento para o canal Cartoon Network, aonde o cantor Edu Falaschi, do popular grupo Angra, assumiu o vocal dessa excelente adaptação.

            Um fato bastante curioso é que com o fim dos anos 80, as séries Jaspion e Changeman vieram ao Brasil, pela empresa Everest Vídeo (que depois alterou de nome para Tikara filmes e posteriormente fechando as portas), sendo exibidas pela extinta Rede Manchete. O sucesso inesperado das séries no Brasil fez uma geração cantar músicas em japonês, sem nunca ter tido contato com o idioma. Atualmente, Kageyama entre outros cantores fazem shows no Brasil e essa mesma geração que hoje tem uma faixa entre 20 a 30 anos, participa de seus shows e sabe suas músicas de cor.

Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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