quinta-feira, novembro 21, 2024
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Dorama X Novela: As novelas mexicanas X Os doramas coreanos

Continuando a série de matérias sobre doramas e novelas, vamos agora de encontro aos rivais comerciais dos doramas japoneses e das novelas brasileiras. Ambas as produções tem seus mercados de exportação, tendo concorrentes diretos de seus produtos, sendo muito semelhantes em seus mercados.

Vale mencionar que as produções mexicanas estiveram em muitos países, atravessando a América Latina, Europa e Ásia, sendo que em muitos casos, suas produções estejam em muitos países que também exibem produções brasileiras.

Sendo produções bem diferentes, o Brasil tem um histórico de novelas mexicanas, pelo sucesso delas no país, com iniciativas como o antigo acordo entre a Televisa com SBT. Muitas novelas vieram ao país e depois acabaram ganhando remake pela emissora, coisa que a Televisa tem repetido com a Rede Record.

Uma coisa bastante interessante que é quando a novela é boa, ela ganha diferentes versões dela e são exibidas no país. Um exemplo é a Topázio da Venezuela, que acabou ganhando remake mexicano como Esmeralda e depois ganhando um remake brasileiro pelo SBT. Atualmente, temos o caso de Betty, a feia que teve seu remake mexicano A feia mais bela e o remake americano Uggly Betty, por fim o remake brasileiro Bela, a feia.

No Japão, semelhante aqui, também exibido produções coreanas por lá. Muitos doramas coreanos acabam ganhando remake no país, como The Devil que acabou ganhando remake ano passado no Japão com o nome Maou. Outra novela coreana que ganhou remake no Japão por sua populariedade foi Hotelier que além de remake, teve participação especial do elenco original na produção.

Mas se engana que seja algo que atravessa décadas como no Ocidente, foi com Winter Sonata em 2002 que os doramas coreanos conseguiram sua popularidade com os japoneses. Uma populariedade que hoje retorna, com a exibição do animê Fuyu no Sonata, baseado na mesma obra que originou o dorama.

O sucesso dos doramas coreanos no Japão e em toda Ásia é algo real e de crescente sucesso. Um sucesso que tem atravessado o Oriente, chegando nos EUA, em DVD para comercialização e locação pela Blockbuster e Netflix.
Porém se engana que as produções coreanas têm apenas esse contato com o Japão. Muitas de suas séries são produzidas a partir de mangás, sendo adaptações semelhantes aos dos doramas japoneses.
As produções coreanas hoje não enfrentam mais resistência de ser uma produção asiática. Os doramas coreanos estão chegando a países árabes sobre argumentação que são produções que não focam em temas polêmicos, como não tem personagens que são ainda tabus nesses países.

Um dado bastante curioso sobre os dois países é em especial o que aconteceu nas Filipinas nos últimos anos. Um país que se acostumou a fazer remake de produções da Televisa, trocou do dia pra noite pra produções coreanas.
Uma produção que atravessou essa transição foi à curiosa Zaido, produzida sob licença da Toei. A idéia original da série é que seria um “remake” do tokusatsu Sheider (exibido no Brasil pela Rede Globo), porém a empresa japonesa não teria gostado nada disso, adaptado pra “herdeiros” do Sheider. A produção mesmo se inspirando numa temática japonesa e sendo bastante fiel no visual, trouxe a experiência e um repertório de fazer novelas mexicanas, tornando um verdadeiro “Frankstein”. Talvez algo que nós brasileiros não teríamos estranhado tanto, vide a produção Caminhos do Coração que seguiu um rumo parecido ao misturar quadrinhos com a narrativa das novelas brasileiras.

Sobre as produções das Filipinas voltaremos a falar delas mais tarde, quando falaremos mais detalhadamente sobre as produções de lá.

México
Falar de novela mexicana é falar de Televisa, assim que conhecemos a teledramaturgia produzida por lá. Deixando de lado o rótulo que toda novela é produzida pela Televisa, que é a maior produtora e exportadora por lá, temos também a TV Azteca e a Argos Comunicación.
As novelas no país inicialmente eram uma ferramenta do governo para distrair os cidadãos de um regime autoritário. As coisas mudaram com u sucesso comercial de Los Ricos Tambien Lloran de 1979, que se tornou um enorme sucesso na Rússia. O sucesso das produções fez que a Televisa , nos anos 90,alegasse que as novelas fossem o principal produto de exportação do país. Paralelamente, o governo mexicano acabou afrouxando o controle sobre a televisão, principalmente nas novelas produzidas pela Argos Comunicación que tinha temas como corrupção política, imigração, pobreza e tráfico de drogas.
Atualmente, as produções mexicanas também entraram no ciclo de remakes, baseado em novelas de sucesso produzidas na América Latina. Em 2006, tivemos “La Fea Más Bella” que foi baseada no sucesso colombiano Yo soy Betty, La Fea de 1999.No ano seguinte, tivemos “Lola Érase una vez” que é remake da argentina Floricienta (que no Brasil foi adaptado como Floribella) de 2005.

As novelas mexicanas são separadas em sete sub gêneros: Melodrama que trabalha entre classes (Ex: Maria del Barrio), Romance Histórico, Drama Adolescente, História de Banda Pop (Ex: Rebeldes), Policial, Comédia Romântica (La Fea Mas Bella) e Sobrenatural.
Coréia
A teledramaturgia coreana semelhante à japonesa pode ser comparada a mini séries ocidentais. Tendo em media de 16 a 100 episódios (raramente passa de 200 episódios), com uma duração de uma hora, as produções se dividem em dois gêneros.

As produções coreanas que se aproximam as novelas abordam temas como: conflitos, relações extra-conjugais e triângulos amorosos. Outro gênero de dorama são os históricos que são chamados por lá de sa geuk.
A televisão coreana como um tudo, acaba sendo semelhante a outros países asiáticos como Japão, China e Taiwan. Os doramas mais populares da Coréia são Sae Jang Geum e Jumong.
Um dos doramas populares fora do país é Full House, com o ator e cantor Rain. Recentemente, o ator conseguiu êxito de entrar no cinema hollywoodiano ao estrear em Speed Racer.

Voltaremos a falar das produções dos dois países no futuro, sendo apenas uma introdução as duas indústrias de teledramaturgia que tem semelhanças não só na forma de fazer esse tipo de produção como nos países em que trabalha.

Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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2 COMMENTS

  1. Olá juba, é um prazer comentar esse texto, é uma pena não ter comentado antes, mas a partir desse texto, comecei a procurar blogs específicos em dramaturgia asiática e sites para assistir online, outra coisa interessante é que coincidentemente a maioria dos blogs que visitei sobre dramturgia asiática são comandados por mulheres.
    Faça logo um texto sobre dramas taiwaneses, filipinos e tailandeses, eu sei que são um pouco toscos, mas vocês são especialistas em séries e filmes toscos, falar drama tosco não é nenhum sacrifício e terminando com um abraço para o Daigo.

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