sábado, novembro 23, 2024
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Opinião | Entre Amor e Ódio, E o Fim do Power Rangers!

Muita gente aqui adorou o podcast sobre Power Rangers e foi com certeza um dos temas polêmicos quando estamos entre o público que gosta de cultura pop japonesa. Por que? Justamente porque uma fatia desse público aprendeu a gostar de cultura japonesa graças as séries japonesas como Jaspion e Changeman, que pertencem ao um gênero japonês chamado Tokusatsu.

A invasão de Power Rangers no Brasil veio depois que o tokusatsu alcançou seu desgaste na televisão brasileira. Lembrando que começo dos anos 90, tivemos a cerca de 12 séries de tokusatsu exibidas ao mesmo tempo no país o que gerou um desgaste da mesma.
Power Rangers está ai há 17 anos no ar e sábado agora está acabando e entrando na “era da reprise” com a estréia de Mighty Morphin Power Rangers em alta definição. Sinceramente gosto muito da cronologia de Power Rangers até o espaço, por isso adorei saber desse relançamento, porém tenho minhas ressalvas.

A volta de Power Rangers trás o fim das séries atuais, como também o fim das produções na Nova Zelândia. Ruim ou bom, as séries na mão Disney, evoluíram não tanto em roteiro e carisma, mas em termos de filmagem e lutas. Cansamos de ler opiniões de fãs de ambas as produções, que Power Rangers teve lutas muito melhores coreografadas do que as suas versões originais Super Sentai.

Desde Galáxia Perdida, os americanos optaram não ter mais um elenco fixo, e sim um elenco por série, assim toda mitologia de Power Rangers foi jogada no lixo em troca de uma cópia do sistema japonês.
Não bastando isso, a última série Saban e a primeira Disney eram cópias xerocadas das suas respectivas versões originais.

A única série que fez questão de voltar a mitologia foi Dino Trovão que fez um trabalho muito interessante e bastante superior a série versão japonesa, Abaranger. Dizem as lendas que Abaranger foi feito para homenagear os americanos com o legado criado em Power Rangers.

Os fãs graças a internet que evoluiu nesses 10 anos, que existia um mundo novo a ser explorado, ao encontrar download de episódios das versões originais dos Power Rangers. As séries principalmente da época Disney o público conseguiu comparar com as originais. Porém por que essa relação amor e ódio?
Power Rangers foi feito porque o público rejeitava as séries japonesas, assim não adianta questionar. O público ocidental tem uma ressalva e as empresas não apostam suas fichas quando o assunto é cinco heróis japoneses defendendo seu país Japão.

A adaptação deu certo, gerou dinheiro, e foi um grande marco no segmento infanto juvenil nos anos 90. É inegável a entrada de dinheiro na companhia que fez ela crescer a ponto de engolir a Fox Kids do grupo Fox.

Como qualquer outro boom, Power Rangers teve problema de ser levado adiante, não foi a toa que a série quase foi cancelada em Power Rangers Turbo. A série mesmo reformulando elenco, mesmo com uma outra proposta, sofreu e conseguiu se manter até Força do Tempo.
Os brasileiros acostumados com séries japonesas e tendo a maior colônia japonesa do mundo, não foi suficiente para a invasão americana bem sucedida que aconteceu por aqui a maior emissora do país, a Rede Globo.

E sinceramente, comparar Super Sentai a Power Rangers sempre vai ser a mesma coisa que comparar filme japonês com remake americano,ou novela mexicana com remake no Brasil. Comparações são inevitáveis, mas a eficácia de cada uma em sua região é o que realmente importa.

Sobre Power Rangers, o erro da série foi desviar de sua rota, porque ela deveria ter feito algo como Robotech fez com Macross, em ter criado sua cronologia e sua história. A tal ponto que o último filme de Robotech foi feito no Japão com roteiro feito pelos americanos.

Power Rangers poderia ter evoluído a tal ponto que não precisaria mais existir a partir de séries japonesas. Sua cronologia e personagens como Ninjor, Alpha, Auric, Ranger Fantasma desapareceram porque as séries originais acabaram e uma nova série japonesa seria adaptada pelos americanos. Todos esses personagens poderiam ter sido melhor utilizados se a Saban não fosse tão mesquinha em investir em outras séries, ao invés de investir nos próprios Power Rangers.

A Saban tentou fazer um novo Power Rangers, mas fracassou em todas as tentativas, como VR TROOPERS, Masked Rider, Bettleborgs e até algumas produções totalmente americanas. Deixou seu carro chefe em um rumo que se tornou uma série genérica do que foi Power Rangers. Power Rangers como nos quadrinhos podia ter tido uma cronologia própria com personagens próprios mesmo que ainda utilizasse uma série japonesa pra ser adaptada.
É inquestionável o sucesso de Bulk e Skull na época, porque nunca foi pensado levar eles a diante numa série spin off de Power Rangers? Não teria sido mais sensato fazer isso do que aquelas adaptações medonhas da Saban?

Outra coisa alarmante é que com 17 anos, Power Rangers nunca chegou a ser visto como uma série americana pelos americanos. Prestem atenção e nunca vimos os americanos falando de Power Rangers como qualquer outro sitcom ou série animada.
O legado de Power Rangers morre em RPM, que estréia ano que vem no Brasil pela Disney XD. A volta de Mighty Morphin Power Rangers faz que essa série seja lembrada e por sua reprise em exaustão, numa remasterização que promete diminuir a falta de efeitos especiais na época.
Assistir esse tipo de série pra quem viveu a época, chega a ser nostálgico, mas é uma pena que isso não fará voltar o melhor que Power Rangers já teve. Não teremos episódios novos com vilões tão bacanas como Rita Repulsa, Divatox e Astronema. Tudo não passa de uma reprise de uma série bacana dos anos 90, uma forma barata e sensata da Disney continuar com o nome sem gastar muito.

Agora, pra uma empresa que tem séries como Hannah Montana, Jonas Brothers e Magos de Waverly Place, fácil analisar que esse tipo de produção sai muito mais barato e faz muito mais sucesso com a criançada hoje do que Power Rangers. Para que adaptar uma série japonesa, gastando em novos efeitos, elenco e o escambau, se temos séries com orçamentos mais enxutos e sucessos comerciais que geram produtos como cds musicais e filme nos cinemas?

E assim Power Rangers acaba no ocidente sendo algo ultrapassado que não funcionam mais com seu público alvo, as crianças.

Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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6 COMMENTS

  1. Salve.Eu tenho 35 anos e sempre tenho um problema quando tento dar uma opinião que seja clara sobre Power Ranger: Gosto dela ou não?Como foi muito bem dito pelo artigo, Power Rangers funciona, ou melhor, funcionou como proposta de série super sentai para as a crianças ocidentais. Seus temas e tramas são mais simples de serem assimiladas e tornou mais facil adquirir produtos relacionados a ela, o que é bom para o fã tradicional pois passa a ter acesso a versões dos "tokus" originais. Se o ver com os olhos de uma criança, Power Rangers é excelente e vale a pena.O que sempre odiei em PR foi o fato de que ele sua existencia anulou completamente a presença dos Sentais originais. Sou fã de Tokusatsu e assim como todos, também gostaria de rever as séries originais, mas não me importaria em ver a versão americana e sabanizada. Se não fosse pela falta de acesso, talvez eu tivesse aproveitado um pouco mais PR naépoca de sua exibição e o comparado um pouco menos com suas versões japonesas, até porque admito que muitas delas conseguem ser ainda mais inferiores no que diz respeito a trama e personagens.O fim de PR só me incomoda visto por quem ele seria substituido. Séries como Hannah Montana e qualquer outra "coisa" teen lançada pela Disney são ainda piores que os Rangers antigos. Eu simplesmente não consigo ver a qualquer uma destas séries e não as aprovo para qualquer criança ou adolescente atual, visto que suas influencias são ainda mais danosas. Comparado com elas, minhas resposta é que gosto e muito de Power Rangers, em qualquer de suas versões.O artigo apontou muito bem as diferenças a razões para isto ter acontecido e por isto, só posso concordar e lamentar pelo seu fim. De qualquer forma, parabens pelo artigo e que venha o versão remasterizada de Power Rangers.Até.

    • Começou mal e acabou pior como tinha ki ser neste mundo de passe livre pra canalhas plagiadores e mentirosos contumazes.
      Tudo tem seu lado bom e confesso ki pra achar isto num Pau Nos Rangers precisa de ter nascido sob signo do Rei Leao e ser tao pragmaticu quanto o Longshanks Rei de Coraçao Valente, mas enfins, acho ki consegui.
      Eh ki a COCOrrencia criou akela trankeira tosca e hilaria:
      Uns tais de Guerreiro Suados Surrados E tatuados de Beverly Hills.
      Mais engraçado ateh ki a familia Buscapeh o filme.

  2. As séries japonesas tiveram um desgaste aqui, mas houve uma pausa.Após essa pausa as distribuidoras brasileiras passaram a investir em tokusatsu ruim como Winspector e Solbrain (heróis com alta tecnologia combatendo vilões pés de chinelo) e a tosca Patrine.Quando Power Rangers chegaram aqui no Brasil, não tinha uma série japonesa forte e mais atual para competir, a não ser em anime, que era a grande febre Cavaleiros do Zodíaco.A unica chance do tokusatsu se sobressair foi perdida.E assim os Power Rangers com seus heróis playboyzinhos passaram a ser a série live-action da nova geração.Mesmo com todo o desgaste de estar anos na TV, essa série só continuou sendo exibida pela facilidade de se comprar. Enquanto tokusatsu exige uma via mais complicada, os Power Rangers tem negociação fácil e direta com todo aquele pacote de desenhos da programação infantil dos EUA que as emissoras daqui adquirem.Então é muito fácil em pleno ano 2000 dizer que os heróis japones estão ultrapassados (mesmo com heróis modernos estilo Gransazer disponível no Japão, e com os direitos totalmente livres), e dizer que a onda da criançada agora é Power Rangers.A onda da minha infância era He-Man, até ser apresentado ao Jaspion e Changeman. As crianças não tem condição de gostar de séries a que nunca foram apresentadas.A popularidade de Power Rangers se deve mais ao monopólio do gênero no ocidente.Recentemente mais um investimento cego do gênero tokusatsu, Madan Senki Ryukendo, uma série bem bobinha com heróis espalhafatosos e sem sentido, que ligam a espada com chave. Quando soube do lançamento disso já senti que estava longe de se tornar uma febre. Foi como os rescue heroes e Patrine nos anos 90.Mas até os sentais atuais que ficaram totalmente infantilóides acredito que tem condição de estourar aqui, embora já não tenha mais aquele mesmo apelo a todas as idades.Infelizmente Power Rangers só passou a existir porque as emissoras americanas tiveram preconceitos com orientais, e exigiram substituição do elenco.Haim Saban era só um homem que tinha interesse na industria de entretenimento japonesa, e queria levar isso aos EUA como fez com a França. O jeito foi adaptar.Caso fosse as séries originais, também acredito que fariam adaptações na dublagem.Bem… está aí a criança que muitos amam e muitos odeiam.E estou entre os que odeiam e muito.E a volta do boom do tokusatsu só será possível quando alguém acertar na escolha, como a Everest Video fez nos anos 80. Criança não é besta e não aceita qualquer trambolho.

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