quarta-feira, novembro 27, 2024
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Anime Friends 2022 | Cobertura Geral

Essa semana tivemos o retorno do Anime Friends, depois de dois anos de pandemia e com o evento percebemos que muita coisa mudou. Não temos mais programas infantis na televisão aberta, temos pouquíssima coisa na tv à cabo, um mercado de mangás morno e focado no colecionador, além de uma guerra de streaming em que apenas um serviço se manifesta no Anime Friends.

Pensando nas mudanças do público, renovação e mais de 20 anos de eventos de animê e mangá, fico me perguntando se o público atual ainda tem algum interesse em Cavaleiros do Zodíaco clássico ou se as palavras “ Rede Manchete” traz algum significado.

Assim, Anime Friends em 2022 continua sendo um espaço de encontro de amigos presencialmente (algo tão raro nos últimos dois anos). Mas num momento que temos mangás na faixa de 30 reais, enquanto mangás de acabamento de luxo em torno de 70 a 100 reais, como o mangá está posicionado no mundo dos jovens hoje em dia. Por esse preço tão exorbitante, o mangá se tornou um produto de luxo e talvez o que torna mais acessível aos jovens seja assistir animês no Crunchyroll, depois que esta se fundiu com a Funimation, trazendo todos os catálogos de animê num único lugar.

Voltando ao evento, tivemos 3 dias de painéis, artistas do Japão e da Coreia do Sul, editoras, lojas e muitos shows. O Anime Friends deste ano lembrou bastante os da antiga gerência, porém trazendo uma praça de alimentação atraente e com isso um preço talvez não tão interessante para o público.

19 anos de Anime Friends

Anime Friends em 2003

Antes de entrarmos no Anime Friends 2022, temos que comentar a revolução que foi o evento aqui no Brasil. E falo isso, devido ao artista que veio este ano e estava lá em 2003, que foi Hiroshi Watari (acompanhado do Hironobu Kageyama e Akira Kushida).

Em 2003, não havia cantores e atores no Brasil para eventos de animê e mangá. Naquela época só existia Mangacon (que já havia acabado) e o Animecon, sem contar os encontros da Abrademi e da Neo Animation (este na Vergueiro uma vez por mês).

Hiroshi Watari, Hironobu Kageyama e Akira Kushida andando entre o público no Anime Friends 2003

A vinda de artistas japoneses, consagrou o Anime Friends, tornando este único e um exemplo a ser seguido para todo o país. A antiga empresa do Anime Friends até tentou replicar esse sucesso em todo o país, encontrando desafios. O mesmo vale para Anime Dreams e outros eventos em São Paulo, sendo estes lembrados pelos seus defeitos e não pelos seus méritos.

Entre acertos e erros, Anime Friends foi um lugar para agregar fãs, trazendo até nerds bem distantes da cultura otaku. O evento teve vários locais para chamar de casa, mas acabou encontrando seu auge em 2017 na Santo Amaro, quando tivemos grupos Do As Infinity, T.M.Revolution entre outros.

Acontece que naquele ano houve uma ruptura com a venda do evento para o grupo Maru Division, o que atualizou diversos pontos do evento, mas ao mesmo tempo se perdeu tantos outros. Anime Friends voltou a ser a casa de animê, mas perdeu em palcos, preferindo palestras e atrações inéditas, como Ultraman e Hatsune Miku.

Nessa mudança de empresas, tivemos atores de tokusatsu vindo ao Brasil, equipe do Mais Geek ajudando no evento, mas parecia que o Anime Friends ainda não era o evento de outrora.

Assim tivemos pandemia e o Anime Friends voltou em 2022 no mesmo local das últimas edições e com uma cara de volta às origens. Mas será que isso é bom? Ou foi ruim?

Um reencontro e uma reinvenção

Andando pelo evento no Anime Friends 2022

Anime Friends trouxe o desafio de se reconectar ao público, depois de dois anos. Acho admirável a tentativa deles com as lives feitas no Japão em 2020, porém só em 2021 que eles se reencontraram e criaram uma identidade para a empresa no ambiente virtual.

Só que aqui vem a primeira crítica a organização do evento. Tendo 2 anos de pandemia, o evento não se esforçou em oferecer uma opção nas redes sociais durante o evento. Enquanto outros eventos criaram atividades online para o público que não está presente ali, o Anime Friends se focou no presencial, limitando a atualizações dos apresentadores nas redes sociais da empresa. Essa falta de comunicação com o público poderia mudar com entrevistas exclusivas de seus artistas nos canais oficiais e ser um convite ao público que ainda não tinha o ingresso para comparecer ao evento.

Como se manter relevante com tantos eventos acontecendo ao mesmo tempo?

Numa retomada com tantos eventos ao mesmo tempo. Anime Friends em São Paulo acabou trombando com a Bienal do Livro (ali perto no Expo Center Norte), Tanabata Matsuri na Liberdade, K-Expo no Bom Retiro e o BIG Festival no São Paulo Expo. Lembrando que destes, dois eventos são gratuitos, então é um desafio ainda maior se destacar diante deles.

E aqui temos que reconhecer que o evento se focou no talento nacional, trazendo uma divulgação para bandas brasileiras que nunca havia sido visto antes. Você pode dizer que pode ter sido devido a limitações da pandemia, mas mesmo assim é bem louvável a dar essa divulgação a eles, assim trazendo seus respectivos públicos.

Foco no talento nacional

Se no passado, grupos como Pato Fu, Angra, ou Massacration estiveram no palco do Anime Friends, aqui se focou em bandas de cover condizentes com o público do evento.

Então temos que ser sinceros que este ano, o evento deu total destaque as bandas nacionais e esse foi um ponto muito positivo para a organização.

Quem ganha com isso? O evento, a banda e o público, ao ter essa troca que tornou o palco do Anime Friends tão especial nesses três dias.

Artists’ Valley

Gostaria de trazer elogios aqui, mas o que é o coração de alguns eventos como CCXP, aqui no Anime Friends sinceramente não foi tão bom como esperado. Não pelos artistas, mas pelo espaço que deixaram eles ali.

Infelizmente optando por um espaço estreito e apertado, Artists’ Valley do Anime Friends foi aquém. Talvez não calculando o sucesso do público ali, mas estava bastante apertado do lado externo do Artists’ Valley, ficando apenas mais sossegado no corredor dentro desta área. Isso acaba estragando a experiência de dar atenção aos artistas nacionais independentes.

O ponto positivo é que esta área era a que tinha produtos mais acessíveis, então se você conseguiu andar com calma ali, provavelmente encontrou produtos bem interessantes para levar para casa.

O espaço estava muito bonito e sinceramente torço que Artists’ Valley aumente cada vez mais o seu espaço dentro da feira.

Crunchyroll, Piticas e Genshin Impact

Não podemos deixar de citar a sinergia que Crunchyroll e a Piticas fizeram esse ano. Montando um stand com loja, museu do Crunchyroll, espaço para produção de conteúdo, além de divulgação de animês da temporada, este de longe foi o maior acerto dentro do evento.

Piticas ainda aproveitou a data para trazer os lançamentos das coleções de One Piece, Jujutsu Kaisen, mostrando porque se tornou tão relevante com o público.

Outro estande belíssimo era o de Genshin Impact, fazendo enormes filas para tirar foto no cenário, além de longe ter sido a IP com mais cosplayers do evento. Se em 2000 era normal ter cosplayers de The King of Fighters, hoje em dia é Genshin Impact.

Capas de mangás gigantes da Editora JBC

NewPOP, Panini Comics, Editora JBC e Pipoca e Nanquim

Evento de animê é lugar de comprar mangá? Sim e isso continua, ao o evento trazendo as editoras mais relevantes do país.

Estande da NewPOP e sua “filas” para comprar seus títulos favoritos

A NewPOP tinha um estande bem bonito e até maior do que a quantidade de títulos lá dentro. Trazendo mangá, webtoon, lightnovel, livros, copos, camisetas e bonés, a NewPOP era de longe a melhor editora dentro do Anime Friends. O único erro aqui foi o ritmo do caixa, tendo filas intermináveis e que me fez ficar uma hora na fila para conseguir comprar os títulos da editora.

Se a NewPOP tinha esse lado caótico, a Editora JBC optou em montar um espaço mais para os fãs de Instagram ao trazer a moto do Akira e diversas capas de mangá gigante para tirar fotos. Acabaram trazendo um espaço pequeno com depósito para compras. Pela Editora JBC ter sido adquirido pela Companhia das Letras, não dava pra ignorar o destaque dado ao Heartstopper dentro da editora (e totalmente merecido pelo sucesso da série da Netflix!).

Parte do Estande da Panini Comics

A grande decepção aqui foi a Panini Comics, trazendo um estande com poucos títulos e pouquíssimos descontos. Não sendo à toa que era o estande mais fácil de entrar (e de sair!). Nem o desconto de 25% no último dia, chamou a minha atenção de comprar algo ali, mesmo sendo a editora com maior gama de títulos hoje em dia. A única coisa boa foi eles terem trazido a demo do One Piece Odyssey numa parceria com a Bandai Namco.

Já o Pipoca e Nanquim trouxe um espaço menor, porém repleto de títulos de todas as linhas deles. Além disso, fizeram parceria com As Baratas, sendo um local para comprar quadrinhos e camisetas.

Num parecer geral, por mais que a NewPOP e a JBC acertaram bastante este ano, bateu a sensação que estamos numa transição de público e que talvez as editoras percam protagonismo nos próximos anos.

Talvez as editoras oficialmente já tenham perdido o seu papel de protagonismo, ao perceber que o bate papo de editoras deixou de ser uma das atrações do último dia do evento. E considerando a alta do preço dos mangás, faz sentido.

Grandes destaques do Espaço Tokusatsu

Tokusatsu, Cosplay, Games e KPOP

Uma coisa que o Anime Friends consolidou e evoluiu nesses 20 anos com certeza foram as áreas dedicadas à cultura otaku. Se em 2003 tínhamos salas de aula passando VHS e DVD, hoje em dia se tornou um espaço para encontrar amigos.

Tokusatsu, por exemplo, se profissionalizou com capacetes próximos das armaduras originais. Além disso, trouxe produtos raríssimos e um fliperama.

Cosplay se profissionalizou, trazendo um pequeno estúdio ali no espaço do Anime Friends. Foi uma evolução que se mantém e continua sendo bem vindo, porque os cosplayers fazem parte de um evento de animê e mangá.

Games também se mantém com uma área para se jogar nos melhores consoles do mercado hoje em dia.

O palco KPOP estava bastante cheio, trazendo dança e informação. Mesmo sendo fã de música coreana, assumo que me sinto desconectado, mas reconheço seu sucesso com o público.

Antigamente o evento tinha um espaço dedicado a fãs de boy band de JPOP que não estava mais presente este ano, além de outro espaço dedicado a animês e mangás Boys Love. Considerando sucesso da NewPOP na linha Pride, lamento que este não esteja mais representado numa área dentro do evento.

Palco Ultra exibindo animês da Crunchyroll

Palco Ultra

Trazendo exibições de animês, palestras, o palco Ultra não trouxe Ultraman este ano, porém tentou manter a mesma qualidade.

Fazendo uma parceria com Crunchyroll ao exibir animês, o palco Ultra lembrou um pouco como eram os eventos de animê de outrora. O que foi um pouco decepcionante foi o tamanho da tela pequena, ficando aquém do potencial ali plantado.

Agora quando o assunto era palestra, o palco Ultra realmente se tornou “Ultra”, dando voz aos artistas que ali passaram.

Shows Nacionais e Internacionais

Como comentei antes, o grande destaque do Anime Friends foram os shows deste ano. E Anime Friends sempre foi reconhecido por artistas que passaram em seus palcos.

Esse ano, tivemos internacionalmente: a cantora Matsuko Mawatari (de Yu Yu Hakusho), Baby Beard, ONE N’ ONLY e I DON’T LIKE MONDAYS. No mercado nacional, tivemos destaque com Yuyu 20 com cantores das versões em português de Yu Yu Hakusho, Danger 3 com foco em Cavaleiros do Zodíaco e a Gaijin Sentai.

DANGER3 com especial Cavaleiros do Zodíaco

Quando olhamos para as outras atrações nacionais, não podemos deixar de falar do Diogo Miyahara, Nordex, Banda Elísios, Banda Mr. Geek, Banda Okami, EVE, Paradyzo entre tantos outros. Você percebe um respeito entre os artistas nacionais e uma solidariedade quando citavam a ausência da Banda Wasabi. E esse espírito de amizade e respeito é algo admirável que torço continuar encontrando dentro do Anime Friends.

E numa época que estamos saindo de uma pandemia, ONE N’ ONLY nasceu como uma sensação do Tik Tok. Considero o maior acerto do Anime Friends ao trazer o grupo de jpop com a música em português L.O.C.A e depois fazendo cover de músicas brasileiras no Tik Tok. O grupo fala muito bem português e os destaques foram as covers de Dynamite do BTS e Chala-head-chala do Hironobu Kageyama (tema do Dragon Ball Z).

Em contrapartida, assumo que Danger3 com Ricardo Cruz é um acerto enorme quando o assunto é Cavaleiros do Zodíaco. Mas lembra quando falei mais cedo da renovação do público? Me pergunto qual é o peso que os Cavaleiros do Zodíaco tem nessa geração? Depois de Cavaleiros do Zodíaco Ômega, Cavaleiros do Zodíaco em CG no cinema e essa série “remake” que era da Netflix, meio que floparam no rolê. Temos um público que prestigia a série clássica num mesmo empenho que fãs de Star Wars ignoram tudo que não seja a saga original (com raras exceções como The Mandalorian). Será que é tão importante assim o legado de Cavaleiros do Zodíaco assim num evento? Em mangá eu sei, por causa do lançamento da Editora JBC, mas no restante me pergunto se existe o mesmo peso. Só posso torcer que o filme em live action tenha mais sorte em reapresentar a história do Kurumada para novos fãs.

Assim quando a banda Okami subiu ao palco cantando sucessos como Pokémon, depois indo para Sword Art Online e animês mais atuais, não me surpreendeu quando um dos vocalistas falou que cantariam a música do animê que mudou a forma de vermos animê. Você pensou que era Cavaleiros do Zodíaco? Não, eles encerraram o show com a abertura de Kimetsu No Yaiba / Demon Slayer. E é exatamente esse animê que os jovens se conectam, não sendo mais o Seiya e os outros.

Definitivamente estamos velhos e uma nova geração está aí, em que Naruto já considero artigo de museu. E se Naruto é velho, o que pensar de Dragon Ball, Hokuto no Ken e Mazinger Z?

Entre acertos e erros

O Anime Friends parece ter se encontrado numa mistura entre nova e velha geração. Está longe do ideal, porque o evento ainda parece olhar mais no retrovisor do que para frente e me preocupo se quanto mais envelhecemos, essa renovação deixe de existir.

Vi as polêmicas em torno do concurso de Cosplay e críticas em especial da falta de improviso da apresentadora. Só que sendo bem franco, prefiro me abster por estar opinando em torno de opiniões de outras pessoas. E acho que essa história ainda vai render muito, então é melhor acompanhar os próximos capítulos.

Devo aqui parabenizar a apresentadora Bruna Tavares que se saiu muito bem no palco principal. Ex-Loading, a apresentadora amadureceu, se tornando uma enorme promessa para os próximos anos. Torço que o bom desempenho dela no palco inspire uma renovação, passando a tocha para uma nova geração de apresentadores do Anime Friends.

ONE N’ ONLY no palco principal

Em relação ao palco, assumo que desde a nova gestão do Anime Friends, este ano eles acertaram bastante. Logicamente seria covardia comparar com o palco do evento lá em 2018 em Santo Amaro, mas não dá pra ignorar a evolução neste ponto.

Um fato que me incomoda bastante é a animação do telão dos shows que normalmente é o nome da banda. Com raras exceções, esse tipo de recurso foi utilizado nas últimas edições e é bem chatinho. E fica ainda mais complicado, quando um artista internacional se apresenta, igual ONE N’ ONLY e o telão simplesmente para de funcionar durante o show.

Entre os pontos positivos, temos a sala de imprensa para coletivas. Trazendo horários para os jornalistas, a organização ajudou a imprensa a produzir material com as atrações. Porém, preciso citar aqui, que outros eventos normalmente tem espaço para podermos produzir material no evento. Sinto que o evento caminha para isso, mas ainda não temos.

Como comentei mais cedo, acho que o Anime Friends ainda não se encontrou em seus canais de comunicação, durante o evento. Então torço que o evento produza material de alta qualidade com sua equipe, da mesma maneira que vemos organizações de outros eventos produzindo esse tipo de material dentro de suas redes.

Outro fato que não posso deixar de comentar aqui é que o Anime Friends não tinha bancos ou lugares para descansar. Deixando o público sentar no chão, o Anime Friends acaba não se tornando nada atrativo para um público mais velho que acompanha seus filhos dentro do evento. Por mais que a renovação de público seja muito importante, temos que considerar que duas décadas se passaram e existe uma parcela que não tem mais a mesma energia e que talvez espaços para descansar, deveriam ganhar atenção num evento futuro.

Se os serviços de streaming estão trazendo animês, nada mais justo que Netflix e a HBO Max olhem para Anime Friends da mesma forma que a Crunchyroll. Isso sem contar a Globoplay que fez um enorme alarde sobre a estreia de Dragon Ball em seu catálogo.

Em tempo que a Bienal do Livro bateu todo os recordes com vendas de livros por consumidor, se sabe que foi distribuído voucher para incentivar a compra de livros dentro do evento. Será que algo assim não deveria ser costurado com as editoras para incentivar público de todas as classes sociais a consumir e comprar algum título dentro do Anime Friends? Devemos sempre aprender com acertos e erros, principalmente de eventos vizinhos.

Ano que vem o Anime Friends estará comemorando 20 anos de existência. O evento mudou a forma que enxergamos os eventos de animê e mangá. Se antes do Anime Friends não existia nada além de sala de exibição de VHS de Fansub, hoje temos artistas internacionais e exibições oficiais. E pensando nessa influência que o Anime Friends causou, torço que o evento continue sendo relevante e continue se renovando para as próximas gerações.

Gostaria de agradecer a Maru Division por ter nos credenciado como imprensa. Obrigado e espero continuar cobrindo o evento nos próximos anos.

Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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1 COMMENT

  1. adorei sua analise , foi bem condizente com o que vi também, agora uma pergunta , voce se lembra ou sabe qual era o nome daquele carrinho que vendia bolinho de polvo ?

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