sexta-feira, novembro 22, 2024
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2ª Pesquisa Nacional da Indústria de Games | Abragames divulga prévia com crescimento de 3,27% em estúdios no Brasil

A Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Digitais (Abragames) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil) apresentou uma prévia da 2ª Pesquisa Nacional da Indústria de Games, fornecendo uma visão detalhada do cenário da indústria de jogos nacional em 2022. Entre os destaques, a prévia revelou um crescimento significativo de 3,27% no número de estúdios de desenvolvimento de games ativos no Brasil, chegando a 1.042 em 2022 em comparação com os 1.009 de 2021.

Rodrigo Terra, presidente da Abragames, destacou a importância desse crescimento: “Temos que comemorar muito o momento da indústria nacional de games. Inclusive, este ano, o Brasil foi o grande homenageado da gamescom e está sendo reconhecido mundialmente como um importante polo de desenvolvimento do setor. É gratificante ver o que os nossos estúdios têm feito e como estamos evoluindo em todos os aspectos, da qualidade das entregas à diversidade das nossas produções.”

Mapeamento dos Estúdios Brasileiros por Região

A prévia da pesquisa também destacou a distribuição geográfica dos estúdios de desenvolvimento de jogos pelo país. O Sudeste permanece como a região com o maior número de empresas, representando 58%, seguido pelo Sul, com 20%. Notavelmente, o Nordeste está em crescimento e já representa 15%, ultrapassando o Centro-Oeste com 6% e o Norte com 2%.

Segundo Rodrigo Terra, “Historicamente, o Sudeste e o Sul concentram a maior parte das empresas de games do Brasil, devido a motivos como a disponibilidade de cursos de desenvolvimento de jogos e design de games, maior acesso a recursos humanos e volume de investimentos privados. No entanto, nos últimos anos, o Nordeste, com o apoio das regionais, tem ganhado mais espaço, o que é uma tendência que provavelmente continuará nos próximos anos.”

Diversidade na Indústria

A pesquisa também evidenciou um aumento significativo no número de profissionais trabalhando no desenvolvimento de jogos no Brasil em 2022, com um crescimento de cerca de 5,9% em relação a 2021, totalizando 13.225 pessoas. Além disso, houve um aumento notável no envolvimento de mulheres na indústria, com 14,3% delas sendo sócias de estúdios e 28,2% colaborando em diferentes capacidades. A participação feminina em cursos de ensino superior relacionados a jogos digitais também cresceu, atingindo 24%.

Carolina Caravana, vice-presidente da Abragames, comentou sobre esse movimento: “A participação das mulheres no ensino superior de jogos digitais tem crescido consideravelmente, o que se deve ao aumento do número de mulheres jogando e, consequentemente, ao interesse em criar produtos e seguir carreiras na área.”

Em relação à diversidade, 57% dos estúdios brasileiros afirmaram ter colaboradores pertencentes a grupos minoritários, como pessoas pretas, pardas, indígenas, portadoras de deficiências e da comunidade transexual.

Presença Internacional

A prévia da pesquisa revelou que, em 2022, metade das desenvolvedoras brasileiras atuando internacionalmente obtiveram 70% de seu faturamento no exterior. Os principais mercados destino continuam sendo os Estados Unidos e a América Latina, representando 57% das vendas de projetos internacionais. A Europa Ocidental, que em 2021 estava presente em 49% das vendas internacionais, experimentou um crescimento significativo em 2022, ocupando agora o terceiro lugar, com 54% de participação.

Made in Brazil

Em 2022, 92% dos estúdios nacionais desenvolveram propriedades intelectuais (PIs) próprias. No entanto, projetos transmídia (15%) e o licenciamento de suas próprias PIs para terceiros (13%) superaram o licenciamento de PIs de outras empresas, que caiu de 18% em 2021 para 10% em 2022.

A prévia da pesquisa também destacou que 49% das empresas desenvolveram pelo menos um jogo próprio no ano passado, com serviços de arte (28%) liderando em termos de finalidade, seguidos pela gamificação (24%), animação (23%), e desenvolvimento de software (22%).

Tipos de Conteúdo Desenvolvidos e Plataformas de Preferência

No que diz respeito aos tipos de conteúdo desenvolvidos, 86% das empresas indicaram que criaram jogos com foco no entretenimento, sendo sua principal fonte de receita. Os jogos educacionais representaram 8%, advergames 3%, e treinamentos corporativos 2%.

Quando se trata de plataformas de preferência para projetos de desenvolvimento de jogos, PCs e plataformas móveis empataram com 25% cada. Em termos de receita, os computadores lideraram com 44%, seguidos pelos dispositivos móveis com 23% e consoles com 12%.

Situação dos Estúdios no País

Considerando que os primeiros anos de uma empresa no Brasil são essenciais para sua consolidação no mercado, a pesquisa revelou que 81% dos estúdios desenvolvedores de games já passaram desse estágio, e 17% deles estão no mercado há mais de 10 anos. Além disso, 85% dos estúdios nacionais afirmam estar totalmente formalizados.

Marcos Cardoso, cofundador da GA Consulting, responsável pela elaboração do estudo, resumiu: “A prévia da pesquisa mostra que em 2022 a indústria de desenvolvimento de games no Brasil foi resiliente e cresceu em diversos aspectos. O mercado consumidor nacional cresceu 3%, mostrando que as empresas locais têm espaço para crescimento. O país conseguiu aumentar os postos de trabalho em 748 posições, refletindo a demanda por mão de obra e uma visão de crescimento a médio e longo prazo que estimula os empreendedores a contratarem.”

A pesquisa completa, com dados detalhados, será divulgada em breve e promete fornecer informações essenciais para o futuro da indústria de jogos no Brasil.

Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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