terça-feira, dezembro 3, 2024
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Crítica | Star Wars: O Acólito traz uma premissa batida, mas ainda assim divertida

George Lucas, o criador da franquia Star Wars, deixou muitos fãs enfurecidos quando, em uma entrevista para o Hollywood Reporter, disse que seus filmes sempre foram para crianças. Mas, se pararmos para pensar, o que o papa da marca multi-bilionária que teve início nos anos 1970 colocou nessa fala é basicamente a premissa básica da saga, independente do filme, série, quadrinho ou até jogo, seja ela a luta do bem contra o mal, o lado da luz e o sombrio, o filho se rebelando contra o pai, e, principalmente, o tema da redenção.

Não foge do padrão, mas traz uma indagação promissora

Independente da sua opinião pessoal sobre Star Wars, é inegável que haverá sempre algo do tipo sendo abordado pelos produtos que vêm dela, ainda mais agora, como uma marca dentre as mais diversas do portfólio da colossal Disney. Com isso em mente, fica fácil de notar o que faz de Star Wars: O Acólito, a nova série do Disney+, estreada esta semana, uma produção pura e simplesmente seguidora da fórmula que estamos há muito acostumados a acompanhar. 

Mesmo rolando em uma época mais distante da saga Skywalker, 100 anos para ser exato, os elementos que constituem Star Wars estão todos lá: temos os Jedi agindo como os vigilantes da paz, com seus templos, a presença da Federação do Comércio, pessoas indo e vindo em sua rotina nos diversos planetas que por ironia do destino não escapam do molde floresta/deserto/tundra/megalópole, e, é claro, porque não poderia faltar, uma enigmática figura obscura, obcecada em sacudir as coisas.

No meio disso, não poderia faltar a protagonista da vez, uma garota com talento para tecnologia e com um robô bonitinho, se metendo em uma conspiração que, sem mistério algum, a envolve diretamente, querendo ela ou não, e, surpresa, no meio disso tudo estão os Jedi. Nesses dois primeiros episódios lançados no serviço de streaming, já temos a resposta de uma pergunta que seria muito mais bem servida se tivesse perdurado por mais tempo e a base na qual a série irá se suportar, sem falar de todos os jogadores da vez, por assim dizer.

Sim, estou usando alusões e menções sutis aos temas de O Acólito caso você ainda não tenha assistido, e também porque mesmo entrando nos poucos detalhes iniciais da trama, já é totalmente possível saber do que se trata e onde ela muito provavelmente irá desembocar. Mas como toda história dentro da franquia Star Wars, o que esperamos que será mais interessante ver como ela chegará lá. 

O que foi apresentado até então manteve-se bem próximo do arquétipo de Star Wars, com uma garota com a qual a criançada pode se identificar, situações em que ela aparenta estar em perigo mas é óbvio que não sofrerá um arranhão, afinal, a série é dela, e todo o misticismo dos Jedi sendo colocado a prova por seus inimigos.

Agora, se isso vai resultar em algo significativo, vamos ter que esperar para ver. Há uma premissa já batida que tenta sacudir os alicerces do que faz os Jedi serem o que são e que pode haver algo de podre por trás da imagem limpa com água sanitária da Ordem, um questionamento sempre interessante e raramente levado a cabo em Star Wars. 

Momentos cativantes em uma produção de qualidade

No meio disso, no entanto, há a estrutura da série, que a que tudo indica, irá contar com os bordões que eu mencionei no começo embrulhados nos valores de produção das séries de streaming desde a aquisição Disney, com certeza acima da média. As lutas nesses episódios são bem coreografadas e são bem diferentes do usual de Star Wars, focando mais nas artes marciais e menos nos duelos de sabres de luz. 

A qualidade de produção está a par com as de The Mandalorian e outras das séries, mas visto que ela se passa em uma era em que a República e os Jedi estavam em pleno funcionamento e no poder quase que absoluto, há uma certa limpeza e natureza analógica à tecnologia e trajes

A presença do sul-coreano Lee Jung-jae, de Round 6, como o mestre Jedi principal da história agradou bastante, e Amanda Stenberg, conhecida por seu papel em Jogos Vorazes, consegue se sair bem com a duplicidade de sua personagem. Para equilibrar tudo, temos Charlie Barnett interpretando um Jedi recentemente promovido a Cavaleiro que traz uma performance rivalizando a de uma porta, que por sorte acaba sendo salva pela dinâmica com a jovem Dafne Keen, a X-13 de Logan, uma padawan cheia de personalidade e maquiagem questionável.

Há muito mais por vir, espero…

Nisso, as relações entre os participantes da trama até agora, podemos dizer que O Acólito certamente não está parecendo procurar mudar o estabelecido de Star Wars nesses primeiros episódios, mas por isso mesmo é ainda cedo para dizer que não haverá algo novo e emocionante no caminho deles. É só que o pouco mostrado até então não me animou muito, tirando alguns momentos atrelados àquela ideia dos Jedis que fiz menção há pouco e que espero ver mais desenvolvimento.
Fique ligado no Jwave para ver mais de Star Wars: O Acólito a medida que a série for avançando. Até lá, nos diga o que achou desses dois episódios e se você concorda ou não com a gente! Que a Força esteja com todos nós…       

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