domingo, novembro 24, 2024
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Review | Matar criaturas sobrenaturais com estratégia é o desafio de Kunitsu-Gami: Path of the Goddess

Quando o assunto é zumbis e criaturas sobrenaturais com ação desenfreada, provavelmente você pensa em jogos da Capcom, como Resident Evil e Devil May Cry. Mas estamos falando de Kunitsu-Gami: Path of the Goddess, que é o mais novo título da produtora japonesa, desenvolvido pela Capcom Development Division 1 e utilizando o motor gráfico RE Engine.

Desta vez, mergulhando no folclore japonês, Kunitsu-Gami: Path of the Goddess é um jogo que combina ação e estratégia, no qual você é um personagem que defenderá uma sacerdotisa que irá exorcizar e expurgar os coléricos que invadiram o território nipônico.

Desenvolvido para PlayStation 4, PlayStation 5, Windows, Xbox One, Xbox Series X/S e Steam, Kunitsu-Gami: Path of the Goddess tem direção de Shuichi Kawata, que havia dirigido recentemente Shinsekai: Into the Depths, que também trafega em conceitos próximos, mas em 2D e sendo um Metroidvania.

A história de Kunitsu-Gami: Path of the Goddess

Se passando no Japão feudal, conhecemos Yoshiro, que é uma Miko (uma sacerdotisa), e seu guardião Soh, que partem numa missão para salvar o Monte Kafuku. Com um desafio bem definido, Yoshiro e Soh precisam recuperar 12 máscaras sagradas da Deusa, que foram roubadas pelos coléricos (que podemos interpretar como demônios aqui).

Para devolver a paz ao Monte Kafuku, os dois terão que andar por diferentes vilas, salvando aldeões e livrando-os da dominação dos coléricos. O jogo construiu um universo rico, com influências do Xintoísmo, especialmente a dança Kagura. Não se assustem quando falamos de dança, pois Kagura é um ritual xintoísta para purificação das vilas e para despachar os coléricos de volta para casa, aqui representado pelo portal japonês Torii.

Um filme prequel de Kunitsu-Gami: Path of the Goddess

Batizado de ‘A Cerimônia da Divindade: O Destino da Sacerdotisa’, a Capcom lançou no YouTube um filme que traz a tradição milenar do teatro de bonecos japonês para os games, unindo o Teatro Nacional de Bunraku e a Capcom.

O prelúdio produzido pela parceria das duas empresas utiliza o Bunraku, o tradicional teatro de bonecos criado no Japão e que remonta ao século XVII. Nesta colaboração especial, a peça é apresentada pelo renomado Mestre Kiritake Kanjuro, um Tesouro Nacional Vivo, reconhecido como um Preservador de Importantes Propriedades Culturais Intangíveis.

A parceria entre o Teatro Nacional de Bunraku e a Capcom, além de divulgar parte do legado cultural do Japão, internacionaliza a tradição dos contadores de histórias de Osaka, conhecidos por sua habilidade em criar narrativas cativantes.

Além da estratégia e da ação

Quanto mais se joga Kunitsu-Gami: Path of the Goddess, mais se percebe que o jogo cruza diferentes gêneros, trazendo um personagem ágil como Soh, numa ação frenética que passa por Hack’n Slash. Ao libertar os aldeões, você constrói um exército para atacar os coléricos e pode também defender Yoshiro, utilizando estratégias para derrotar inimigos. As funções dos aldeões são variadas, podendo ser arqueiros, lenhadores ou realizar ações comuns, como consertar diferentes itens do vilarejo.

Inovador, Kunitsu-Gami: Path of the Goddess apresenta todos esses conceitos enquanto consegue ser simples no que diz respeito à jogabilidade. Orgânico, o jogo faz com que você se desdobre para avançar, combinando ação e estratégia, exigindo que você pense para progredir.

Não podemos deixar de citar que o jogo também carrega muito de sua exploração, obrigando Soh a andar por diferentes áreas do vilarejo enquanto precisa ficar de olho em Yoshiro.

Colaborações

Se Monster Hunter, Street Fighter e o recente Exoprimal tiveram colaborações com outras franquias da própria Capcom, Kunitsu-Gami: Path of the Goddess segue o mesmo conceito, trazendo uma colaboração com Okami.

Fazendo parte do xintoísmo, Okami empresta para Kunitsu-Gami: Path of the Goddess trajes, armas e até a trilha sonora, criando um elo entre as duas franquias.

Localização em português

Sendo um jogo ambientado no Japão antigo, a tradução em português é muito bem-vinda e a Capcom fez um trabalho acima da média nas adaptações. Nomes como Seethe na versão em inglês foram traduzidos como coléricos, mostrando um esforço que vai além da simples tradução.

A única ressalva é que a tradução “Portal Torii” acaba sendo redundante, pois Torii já significa portal em japonês. Mas essa escolha também está presente na versão em inglês, e é interessante notar que Torii é um portal tradicional em templos xintoístas, separando o mundano do sagrado.

Opinião

Kunitsu-Gami: Path of the Goddess tem tudo para se tornar uma das marcas populares da Capcom nos próximos anos. Inovador, extremamente bonito e divertido, o jogo traz personagens carismáticos e uma jogabilidade precisa que ousa ao cruzar tantos gêneros diferentes.

Com foco em encontrar as 12 máscaras, Kunitsu-Gami: Path of the Goddess não é um jogo tão longo quanto se espera, mas exigirá estratégia e perspicácia para solucionar desafios de diferentes fases. Algumas vezes, devido à alta dificuldade, o jogo se tornará desafiador, mas ao juntar itens entre as fases, evoluindo Soh e criando seu exército de habitantes dos vilarejos, o jogo se tornará mais acessível ao jogador.

Com tantos poderes novos com as máscaras e habilidades descobertas durante o jogo, resta ao jogador testar e aprender com sua experiência quais são os pontos fracos dos inimigos de cada fase.

Com 4 anos de desenvolvimento, Kunitsu-Gami: Path of the Goddess trouxe um sopro de originalidade entre os jogos do gênero produzidos pela Capcom. Mesmo que muitas vezes você passe raiva até descobrir como derrotar os coléricos, Kunitsu-Gami: Path of the Goddess é um jogo que merece atenção e provavelmente se tornará um dos grandes títulos lançados em 2024, valendo a sua atenção como jogador.

Nota

4,5 de 5

Kunitsu-Gami: Path of the Goddess

Desenvolvedor: Capcom
Publicador: Capcom
Diretor: Shuichi Kawata
Produtores: Yoshiaki Hirabayashi, Masato Kumazawa
Designer: Maito Yamada
Artista: Shuichi Kawata
Compositor: Chikara Aoshima
Engine: RE Engine
Plataformas: PlayStation 4, PlayStation 5, Windows, Steam, Xbox One, Xbox Series X/S
Lançamento: 19 de julho de 2024
Gêneros: Ação, estratégia

Gostaríamos de agradecer a assessoria da Capcom por ter nos enviado uma cópia do jogo para análise

Giuliano Peccilli
Giuliano Peccillihttp://www.jwave.com.br
Editor do JWave, Podcaster e Gamer nas horas vagas. Também trabalhou na Anime Do, Anime Pró, Neo Tokyo e Nintendo World.

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